Sabe aqueles dias nublados em que nos sentimos nublados e sentimos que os outros estão nublados, ou mesmo se sentem nublados? Esse foi um desses dias. Uma manhã que começou com o sol escondido entre as nuvens e os sorrisos escondidos entre os desânimos de um local com um ar um tanto quanto sombrio. É estranho que eu esteja falando do mesmo lugar que falei nas semanas que se precederam, mas sim, eu estou. E talvez até não tenha sido tão sombrio quanto à minha primeira impressão de um começo ruim de uma atuação que só me tinha vindo de maneira tão radiante.
Todas aquelas coisas que aconteciam me deixaram confuso - já não tínhamos a Cacau, éramos só eu e o Dinho; as pessoas não compravam nossos jogos; algumas nos reencontraram e já não era um bom dia - e eu ali assustado, como uma criança conhecendo o desconhecido que já não é tão bom. Em um certo momento eu parei, olhei para os olhos cansados do Dinho - não mais que os meus, afinal, ele já conhecia os altos e baixos dessa nossa vida - e me perguntei: será que eu deveria estar aqui? Sim. Eu deveria.
Percebi que deveria fazer o que eu estava ali para fazer. Olhei para um lado, olhei para o outro, olhei novamente para os olhos de Dinho. Percebemos que o dia continuava nublado, mas havia uma luz com a gente e estava na hora de iluminar os caminhos que trilhávamos. Foi então que aqueles ao nosso redor perceberam que o dia podia se iluminar, e se iluminou - mesmo que pouco - ao longo daqueles últimos minutos.
Apesar de ter sido apenas uma pequena luz, sentimos que na verdade aquela luz vinha de uma chama. Uma chama que deixávamos ao sair daquele lugar, uma chama em cima de uma mesinha de canto, pronta para receber e acender as velas ou mesmo as tochas daqueles que desejassem dela se aproximar.
"Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós." (Antoine de Saint-Exupéry)
Um grande e fofo abraço do Michel.
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