quinta-feira, 14 de maio de 2015

Miguel Céu Aberto - Atuação no Traumas em 12/05/2015

Nesta noite, atuamos no terceiro andar. A cada atuação, percebo que oras me sinto leve, oras me sinto pesado. Foi o caso da atuação de hoje. Hoje, as brincadeiras seguiram rumos não tão agradavéis, mas nada que tirou o encanto de atuar, ou que diminuiu o brilho nos olhos dos pacientes, servidores e inclusive o nosso.

Para deixar o diário mais xique,  deixo um lindo poema de Fernando Pessoa:

Não sei quantas almas tenho

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.


Estou amando ser Clown, aprendo muito atuando, e o Daniel também aprende. Não sei quantas almas tenho, sei que são muitas, uma para cada momento, para cada sorriso e cada lágrima. Não sei quantas almas tenho.

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