Diário de Bordo – UPI
14.8.2013
A chegada ao HUT nessa quarta teve um recheio de preocupação. Estávamos sem a chave do armário da maquiagem! Então esperamos o outro grupo e finalmente fomos nos preparar! Roupa vestida, ajuda de Amandinha para maquiagem, e finalmente música e energia para “arribar as venta vermelha”!
Então foi só alegria... Subimos para o nosso andar no elevador, ops, no elevador não, na máquina do tempo! E de repente não sabíamos se estávamos no passado ou no futuro, quando uma mulher disse que estávamos era no presente! Opa, presente! Queríamos presente e fomos atrás dele. Entramos no primeiro quarto, onde uma senhora botou a gente para falar com a irmã dela de São Paulo e fomos a outro quarto!
Quando perguntamos se podíamos entrar, uma senhora disparou: “E eu to com seus pés?” Então entramos a procura de nossos pés! De repente uma surpresa, a senhora cuspia no chão! E quando dávamos risada ela perguntava se era para cuspir na cama dela! De repente fizemos um jogo com isso, falamos que ela era uma máquina atiradora de cuspe e que estávamos com medo! Foi o que ela quis para cuspir na gente... De repente ela ficou com sede! Pediu água à acompanhante e adivinhem onde jogou o resto da água... No chão? Não! No Zeca Aventureiro... E assim foi, ela mandava a gente ir embora a todo tempo, mas quando íamos ela nos chamava de volta, e nos chamava de “acanaiado”, num sei o que das “venta vermelha”, e um bocado de expressões mais antigas que nunca tínhamos ouvido falar, mas eram perfeitas para o jogo! E na despedida recebemos o convite de ir à casa dela para comer rapadura, angu de sebo, e outras coisas lá...
No próximo quarto, tinha um senhor amarrado na maca, o que nos permitiu vários jogos, mas sem conseguir qualquer esboço de aceitação dele, mas as outras pessoas do quarto estavam gostando! No outro paciente, uma unha imensa... O dia tava ao nosso favor, achávamos brincadeiras em tudo! Quando já estávamos partindo, o acompanhante do senhor falou: “Vocês não estão atrás de presente? Se vocês fizerem ele rir vou dar um presente a vocês!” Aceitamos o desafio, mas sem muitas esperanças... E tentávamos de tudo que era jeito e nada... Até que achamos um dente de ouro na boca dele, inventamos várias coisas e nada do riso. Quando já estávamos desistindo, e saindo do quarto ele começou a rir sem parar, e quando a gente ia se despedindo falava: se o senhor rir a gente fica mais um pouquinho, e ela mais uma vez caia na risada! Caramba, aqueles sorrisos eram incríveis, não tinham preço!
Então fomos passando e uma mãe nos chama para o isolamento! O paciente devia ter uns 16 anos, no máximo. Lá ouvimos rádio, fizemos uma boate, tiramos foto, subimos em escada, criamos um ambiente de uma piscina, e quando saímos a mãe dispara um agradecimento ao nosso trabalho.
Então fomos ao último quarto, incrível também! Ganhamos balas, criamos uma rede de wi-fi, uma antena de televisão sem fio, antenas de rádio e apareciam jogos de todos os cantos, até que, quando percebemos estavam todos tirando fotos, e de repente descobrimos o horário! É já era hora de voltar à máquina do tempo e ir guardar a energia do clown na região de 4 dedos abaixo do umbigo.
A noite foi espetacular, em cada “sim” percebia cada vez mais a importância da UPI, tanto para os pacientes e acompanhantes quanto para a nossa formação de profissionais mais humanizados... Amandinha e Lorena, foi tudo tão bom, hein? Pena que o que é bom dura pouco... Vou ter de mudar de grupo, mas, mais uma vez vou atuar com outros melhores companheiros do mundo!
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