O dia nem amanheceu e Camila estava de pé, pronta pra seguir o seu dia, ansiosa por encontrar Frida, ansiosa pra finalmente essa jornada começar. As horas iam passando o cansaço batendo na porta e a minha incrível mania de achar que: “Vai dar tudo errado!”, ficava martelando o dia inteiro. Notícias de que não seria com Lisbela que eu ia atuar, mas Sancho, pareceu desanimado me dando a notícia, mas eu fiquei muito feliz... Afinal, meu companheiro é o melhor do mundo independente de quem seja ele!
Finalmente nos encontramos e os probleminhas começaram a aparecer: o HUT só entra agora com crachá, e tcharaam, esqueci o meu! O furdunço do crachá foi resolvido e ai cadê as chaves? Foi quando sentei em frente à biblioteca pra esperar as benditas... E olha um arco-íris no céu junto com meu novo nariz e um bilhete lindo de uma delicadeza sem fim de Vits (Lisbela) com um pequeno trecho do pequeno príncipe, porque não tinha mesmo nada melhor pra começar, “Eu sou responsável pela minha rosa – repetiu o principezinho para não esquecer.”
Poderia ser mais um arco-íris, mas não foi. Não era um arco-íris qualquer ele terminava no Hospital de Urgência e Traumas... Me lembrei de várias coisas, me lembrei do branco que simbolizava o hospital e das palavras de gentileza: “O branco é a junção de todas as cores, você pode fazer daquele branco a cor que quiser” e fui um pouco mais além, ali estavam, as 7 cores primárias iluminando o céu em direção apontando aquele lugar, não teve como não ficar mexida, e me veio a lembrança daquela história que era contada desde que eu era pititica de que o tesouro estaria no fim do arco-íris, e não sei ele, mas a imagem dele, estava terminando naquele lugar! É Diário... Pode não estar fazendo sentido nenhum o que eu estou tentando descrever aqui, mas pra mim, fez todo o sentido do mundo! Entrei naquele hospital cheia de vontade, com todas aquelas cores em baixo da manga, com aquele arco-íris no bolso...
Um novo nariz e a Frida de sempre, um olhar disponível, meus dois melhores companheiros do mundo: Sancho e Lilica e vamos pra onde o nariz aponta! E seguimos sedentos do encontro, acreditando no que estamos fazendo e veio de novo esses filhotes desses encontros de Frida os olhares, sorrisos, cheirinho de coisa feita por Deus...
A galinha sumida pelo hospital, o lobo-mal, os desfiles, Sancho está no lugar errado com essa barriga ele deveria estar no Dom Malan, Frida era pequena demais, Lilica era gigante e não vamos esquecer do forró viu?
E uma nova Camila saiu daquela porta! Um misto de emoções!
Gratidão, grata pelo meu caminho, grata por Frida e a UPI ter entrado na minha vida da forma que entrou, grata pela minha saúde, pela minha realidade ser outra... Mas não conformada, acreditando que é possível, acreditando que um dia as coisas vão ser diferentes, acreditando que aqueles sorrisos podem ser multiplicados, que a paz que o nosso trabalho pode trazer seja permanente naquele ambiente mesmo sem a nossa presença. E que esse meu silêncio desde que sair de lá, desse silêncio de quem tá chocada, esse misto de gratidão, satisfação... Seja sempre presente! Longe de mim querer que esse sentimento acabe, afinal, é esse choque que faz a gente seguir em frente, é esse choque que me faz estar onde estou, fazendo o que me propus...
Continuarei, amando o caminho, valorizando cada encontro, melhorando cada vez mais e reconhecendo o pior de mim nessa melhora e acima de tudo, me apaixonando... Não haveria nada melhor para descrever “Paixão!”, frio na barriga, sensação gostosa, realização ao mesmo tempo que ainda falta alguma coisa... É isso!
Sendo assim, apaixonemo-nos! <o*
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