Dessa vez iria apenas observar,
enquanto minhas companheiras se arrumavam eu ficava ali também com um friozinho
na barriga. Ao sair do salãozinho pra pegar água para usar a maquiagem uma
garotinha se deu conta de que as palhacinhas estavam ali e contente gritou:
mãe, as palhacinhas mãe!
Subiram o nariz e lá vamos nós,
como elas estavam lindas, quanta energia e as crianças então nem se fala, a
comunicação, o encontro fluía tão bem, confesso que me emocionei ali na
oncologia e enquanto minhas companheiras brincavam com o danado Gabriel eu
observava e tentava interagir de alguma forma com outra criança que chorava por
que sua mãe teria que sair alguns instantes. Me aproximei e junto a uma das
funcionárias do hospital tentava anima-lo e que lindo quando ele sorria e então
falava de como gostava e chupava melancia.
Aquele corredor ficou iluminado, nunca vi
tanto sorriso, da janela observando e
olhando pra uma garotinha que tentava atropelar as companheiras com sua cadeira
de rodas pensava: Aqui está o motivo deste trabalho, uma condição que seria de
sofrimento pra muitos, se torno motivo de graça, de jogo. “ O sofrimento
somente é intolerável se ninguém cuida” (Dame Cicely Saunders).
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