Hoje depois vestir a roupa e fazer a maquiagem eu achei um cantinho, no meio da maior bagunça na casa da Karol, e deitei. Comecei a lembrar da oficina, do gentileza, daquela energia e o tantão de coisas que aprendi ou reaprendi com meus companheiros nesses últimos tempos. Apesar do sono, do cansaço, da dor de cabeça, da fome e da ansiedade eu estava muito feliz naquele momento.
Então chegou a hora de subir a mascara e foi tipo aquela coisa, é agora ou nunca. Foi muito engraçado por que eram quase 30 pessoas em uma sala pequena, e muita , muita energia, então descemos e tudo o que eu mais queria era encontrar o outro. E quantos outros eu encontrei, foram tantos olhares, tantos encontros, tantos abraços, tanta troca de energia. Alguma mágica aconteceu naquela feira, e foi incrível, duas horas que se tornaram infinitas. Cheguei em casa, descarregada porém renovada.
Mas à tarde recebi uma ligação do meu namorado pra dizer que um amigo dele tinha cometido suicídio. E eu fiquei pensando naquilo o dia inteiro... Pois num dia que tinha sido tão especial pra mim, e pra tantas outras pessoas que estavam naquela feira, uma pessoa cometeu suicídio.
Então eu pensei em quantas pessoas nós não podemos encontramos no hospital, na rua, ou mesmo na feira, naquela mesma situação, de alguém que quer tirar a própria vida, e o quanto nós estamos alheios a isso. Mas quem sabe o quanto podemos mudar o dia, ou mesmo a vida de uma pessoa com um gesto, um olhar atencioso ou um riso despretensioso. Talvez seja utopia pensar isso, mas acreditar nisso é o que me mantêm aqui.
Nossa, que relato forte San, é sempre difícil quando a realidade se joga na nossa frente e balança nosso mundo né? Mas sabe de uma coisa, esses encontros, esses pedacinhos de felicidade também são realidade, e ter a utopia de que ele sejam cada mais verdadeiros e constantes é o que nos mantêm na luta!
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