Segunda atuação, e os mesmos
medos e inseguranças da primeira atuação persistiam. O bom é que ainda temos
pequenas migalhas dispostas para nos ajudar. Foi novidade também porque atuei
pela primeira vez com Cassandra Paçoca, e pude observar nitidamente sua evolução
desde o dia que a observava atuar, seu clown está crescendo tanto, e poder ver
essa transformação ao mesmo tempo em que me faz feliz, me ensina tanta coisa.
Está me dando a segurança que vamos precisar quando formos atuar sem os
monitores. Só Vivi e Cassandra. Zeca aventureiro estava ausente dessa vez, mas
Capitulina Língua Frouxa estava lá, com suas tiradas perfeitas, seu senso de
humor e sua felicidade que irradiava por cada quarto em que passávamos. E Zeca
mesmo ausente era lembrado por aqueles por quem havia cativado.
Esse sábado em particular, minha
energia não estava 100%, e não me doei o tanto que eu poderia, ou o tanto que
eu partilhei na minha atuação. Mas ela não deixou de ser menos especial pra
mim. No primeiro quarto que entramos tinha uma senhora que me marcou bastante,
ela era tão pequena e parecia tão frágil, que a neta carregava no colo. Ela não
falava, e nem fiquei sabendo do seu padecimento, mas sua neta era tão ativa que
nos auxiliou no nosso jogo. No segundo quarto, encontramos o senhor J, que
tinha 100 anos, CARAMBA 100 anos, e mostrava uma vitalidade, maior que o de
muitos jovens, mesmo ali acamado. Ele só falava em Jesus, e teve momentos em
que se “retava” conosco. Ri muito. Nesse mesmo quarto se deu inicio a nossa
pesquisa bastante séria das causas dos acidentes de moto, e ao longo dos
quartos achamos gente que foi desviar de bicicleta e caiu, batida de moto com
moto, moto com carro, moto com ônibus, moto com caminhão... moto, moto, moto.
Acho que nunca mais vou andar de moto, quero todos meus membros inteiros. Mas o
campeão dos caimentos, tchan tchan tchan, os buracos, e como diz Capitulina,
aqui em Petrolina chove buraco e não água.
Para terminar meu diário deixo
meu pesar e minha alegria, meu pesar, porque nosso companheiro D dos dois
sábados em que atuei vai pra casa e alegria porque o pai dele finalmente foi
liberado. D me mostrou como uma pessoa pode ser contagiante e transmitir tanta
alegria mesmo diante das adversidades, ou de locais que muitas vezes não favorecem
a felicidade. Ele conhecia a maior parte dos pacientes do andar em que seu pai
estava, dançava pelos corredores, conversava com todos. Distribuía sua simpatia
por aquele andar. E nos ajudou muito, mesmo sem saber, na construção dos nossos
jogos. D vai fazer falta nas atuações.
E sem mais delongas, espero
ansiosamente pelo próximo sábado; quero que dessa vez eu possa me doar 100%.
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