Dia de atuação. Eu e as melhores companheiras do mundo. Uma de nós novatas iria ficar observando a atuação enquanto a outra atuaria. Decidimos que eu seria o observador da noite. Então deixei o meu figurino de clown guardadinho enquanto me preparei pra assistir de longe a atuação da linda Rosinha das Alturas e Teka Aquarela.
Para não interferir no jogo das meninas, eu sempre me mantive o mais longe que pude. Fiquei nas portas dos quartos, distante nos corredores, com o olhar atento.
As meninas estavam lindas de clown. No primeiro quarto que entramos, a paciente era uma senhora, acompanhada de sua filha. Dentro do jogo, as meninas descobriram que era uma famosa atriz de cinema, e logo começaram a fazer perguntas sobre isso. A Rosinha, toda inxirida, perguntou logo se ela conhecia o Brad Pitt e queria o facebook e o whatsapp dele. A filha riu muito e entrou no jogo também, e até pediu para a Rosinha e a Teka posarem pra foto com a mãe dela pra pôr a foto no facebook. Logo logo as pessoas dos quartos vizinhos ficaram curiosas sobre o que estava acontecendo, quem eram aquelas pessoas fantasiadas?, e se aproximaram aos poucos. Foi lindo quando uma senhorinha que era acompanhante de uma paciente do quarto vizinho se aproximou e entrou no jogo das meninas também, e conheceu a atriz de cinema. As meninas foram rápidas em puxar uma reverência para a atriz e me encantou ver a senhorinha se divertindo também, baixando a cabeça no movimento da reverência e tudo.
Eu não vi muito da atuação do quarto seguinte porque uma mulher que acompanhava o marido enfermo em um outro quarto puxou muita conversa comigo sobre as palhaças e o que elas estavam fazendo ali. Disse que gostava muito do que elas estavam fazendo. Ela, toda animada, não perdeu tempo e puxou logo as palhaças para entrarem no seu quarto e atuarem lá. Super divertida, brincou muito com a Teka e a Rosinha. Neste quarto, havia dois pacientes. Um deles era um super-herói! E num instante as bandagens eram tatuagens e o quarto repleto de alegria!
A parte mais linda da noite pra mim foi num quarto cheio de pacientes e acompanhantes, não consegui ver quantas eram. Teka e Rosinha brincaram com todas, perguntando o nome de todo mundo e fazendo um quiz entre elas pra que pudessem se conhecer. E de um momento para outro, de repente as pessoas do quarto estavam mais ligadas, mais atentas uma à outra.
Adorei vê-las atuando. Mal posso esperar para me vestir e virar o Bartolomeu Barbudo na semana que vem.
PS: Neste diário, estou utilizando o feminino como gênero neutro para chamar atenção ao sexismo da nossa língua.
Jully disse...
ResponderExcluirDudu, seu lindoo!