quarta-feira, 21 de maio de 2014

Encerramento da Semana do Bebê- 16.05.14

Juazeiro- BA. 16 de maio de 2014. Praça da Misericórdia.

No final da semana do bebê, em Juazeiro, evento realizado pelo poder público do município em parceria com a UNIVASF, com o tema: Amamentação: alimento, amor e proteção”, estivemos Wagner, Virgínia e eu e eu, em uma saga que iniciou cedo: atuar na praça, em meio a profissionais de saúde, mães, bebês, crianças crescidas, transeuntes, etc.
Ao final do dia anterior, soubemos que não haveria monitores conosco. Tremi nas bases, confesso. Três criaturas recém-formadas, num evento cheio e grande daquele, seguindo tão somente seus próprios narizes, me deixou ansiosa- por três. Mas não havia muito o que fazer e, já que nossos antecessores nos deixaram esta tarefa, fomos.
Me dispus, desde a véspera, a ir buscar a maquiagem no Traumas e, depois de conferida, fui ao encontro da galera na barquinha. Ouvir milhares de vezes a pergunta sobre “se eu tinha ido, mesmo, pegar a maquiagem”, dos meus companheiros, foi um tanto estranho e considerei que eles estavam sinceramente preocupados com o andar das coisas e querendo muito ir pra atuação também, em vez de eu ficar pensando que estava sendo leviana e injustamente chamada de tonta àquela hora da manhã. Não sabíamos, ao certo, o que fazer, qual era a proposta no espaço e mil outras angústias. Mas, após encontrarmos uma das organizadoras do dia, dar um jeito em nosso visual e subir a energia, fomos ao encontro do que nos aguardava.
Os encontros foram singulares e especiais. Os diálogos com os transeuntes, também. Senti que me joguei mais e fui o que queria ser ali. Inês Tamborete virou Inês Pitulito, de tanto doce que comeu durante a caminhada no cenário... e proseou com crianças! Crianças, um receio gigante e a surpresa grata do dia! G. é a criança mais estilosa e doce que já encontrei até hoje. Passamos um tempão com ela e sua mãe, que também era uma pessoa linda e carinhosa (“abraço é tão bom, né, minha filha?”). Por vezes, sentia a energia caindo um pouco, junto aos meus companheiros, mas creio que fiquei junto a eles o máximo que a ocasião permitiu, conciliando os momentos deles com os meus.
A gostosura do dia: C., o bebê mais gordinho e sorridente do mundo, me derretia com seu sorriso frouxo- Pedrinho Palito, babão, parecia um pai com ele no colo! O ponto fraco do dia: uma certa pessoa, que não conseguia compreender que não estávamos ali pra fazer gracinha e “animar” a “plateia”. Era alguém que carecia de trabalhar a sua escuta e o respeito ao próximo, principalmente às crianças. Uma delas foi muito constrangida por ele a se aproximar de nós. Ele não estava nos ofendendo, desconcertando ou algo assim, mas estava coagindo uma criança receosa a se aproximar de nós, com a petulância de querer fazê-la '''perder o medo''' que tinha de palhaços. Após o fim desta cena, senti-me triste e um pouco incapaz, por não ter dado uns gritos feito mais do que pedir para ele parar.
Deste dia tão pacato e leve (a meu ver), tirei duas coisas: precisamos conhecer-nos, a nós mesmos e ao nosso companheiro, saber entendê-lo e buscar a sintonia, colocando o nosso afeto acima de tudo. E outra, mais um questionamento que tenho trazido: como poderemos agir de maneira que as pessoas possam entender que a UPI vai muitíssimo além de palhaços fazendo graça, sendo que, dependendo do clown, nem isso é? Ou o que posemos fazer quanto a deixar clara a nossa proposta, que é a Humanização e o cuidado ao próximo? Conversar mais? Divulgar mais o nosso trabalho? Fico com este pensamento hoje.

Até,
Dan

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