sábado, 17 de maio de 2014

Magali Malagueta - Primeira atuação no Hospital Dom Malan - 14/05/2014

"É hoje!", pensei ao acordar. O dia foi de grande expectativas até o momento da minha primeira atuação no ambiente hospitalar. Havia o receio de não saber como agir, um pouco de medo, eu diria, afinal o desconhecido sempre nos causa certa estranheza.
Encontrar a Magali e olhar em seus olhos é sempre um momento lindo, estar ao lado dos melhores companheiros do mundo sempre um prazer. Tive o privilégio de atuar ao lado da Bibelô Titchely e da Josefa Sukiyaki, lindas em suas singularidades.
Era hora de entrar em cena e os corredores do hospital se tornaram a nossa trilha em direção a ala infantil. Dentro de mim a insegurança parecia crescer a cada passo dado, a Magali ainda estava tímida e ansiosa, mas uma ansiedade boa. 
No começo foi difícil, o não saber o que fazer, o que falar, foi quase paralisante. Me deixei ser guiada pelas minhas melhores companheiras do mundo até que aos poucos a Magali foi entrando no jogo, dizendo sim, tomando forma e vida.
Descobri o quanto é delicado estar nesse ambiente, o quanto é preciso ter sensibilidade pra estar ali com o outro, pra entender o momento e não invadir o espaço de ninguém. Descobri também o quanto é difícil atuar com crianças, entrar no mundo delas, conquistá-las. É tudo delicado porque nos deparamos com pessoas fragilizadas, mães chorosas com suas crianças doentes no colo, crianças chorando sem querer a menor aproximação, entre outras situações. Isso me assustou de início. Mas os encontros foram acontecendo, olhares sinceros foram sendo encontrados e retribuídos, alguns de surpresa, outros de agradecimento, uns de alívio, outros até de alegria. Sorrisos foram arrancados, histórias contadas e imaginadas. Encontramos de tudo por lá, pequenos artistas, um careca que o vento tinha levado o cabelo dele (coitado!), vento esse que nós fomos procurar pelos corredores, desvendamos segredos, ficamos sem piscar pra não perder a brincadeira, tiramos fotos pra uma revista muito famosa ao lado de encantadoras mocinhas que desfilavam por lá, uma delas adorava chupar seus dedos, que desconfiamos ter sabores deliciosos (10 sabores diferentes nas mãos, imagina!), e a outra contagiava pela simpatia e riso fácil. Encontrei até a minha sala particular, com meu nome na entrada, olha que legal! 
 Foi gratificante encontrar cada um daqueles olhares cheios de esperança, sentir a energia particular que só é concedida às crianças, na sua inocência, na sua beleza. Criaturinhas pequenas, mas que nos fazem querer encontrar a criança que um dia fomos. A minha estava ali em cada brincadeira. 
A tarde foi de descobertas, de sensações diversas e experiência. Não sei se dei o melhor de mim, sempre fica aquela sensação de que poderia ter feito mais, mas foi lindo, foi intenso e quero mais disso! Fui cativada e quero cativar também... E "nunca deixar de ouvir com outros olhos". :) 



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