”Então são mãos e
braços, beijos e abraços (...)”
Domingo, 19 de abril
de 2015.
Querido diário de bordo, gostaria de lhe dizer algumas
coisinhas que aconteceram comigo esse domingo... Poderia ser um domingo igual
os outros, onde eu dormiria até o meio- dia e a vida correria normalmente. Mas,
não, esse dia foi diferente porque acordei as seis da manhã (isso mesmo, as
seis da manhã!) para a minha primeira atuação de fato e de direito, como Salete
Bronzeada. Os encontros foram lindos, e
Salete estava ali solta, leve, livre. Domingo, Gabriela precisava de Salete
mais que nunca, e quem precisou delas, teve: inteiras, intensas, completas.
Salete veio na hora certa, quando eu mais precisava de leveza.
Foi um domingo de sair de barriga (e alma) cheia, ganhar presentes, debulhar feijões, escutar histórias, receber abraços, dar abraços, foi um dia não só de encontrar, mas de ser encontrada.
E não posso deixar de registrar aqui dois encontros, aqueles
que mais me marcaram.
Um foi de uma senhora que já chegou de braços abertos e
com os olhos cheios d’água me disse: “Hoje eu acordei com saudade, com uma
tristeza. Saudade tem braços, e ela aperta. Olhe, minha filha, acho isso tão bonito, vejo
esses jovens brincando, sendo felizes e me lembro do meu filho, que um bandido
veio e lhe tirou a vida, ele deveria estar aqui brincando e se divertindo
também. Hoje eu precisava de um abraço!”, e a gente ficou lá, eu, Fiapinho e Jasmim,
abraçando-a. Naquele momento eu quis
sugar dela toda a tristeza e a dor, não
consegui para sempre, mas naquele momento, naquele encontro de dois corações, a
dor foi dividida, a carga ficou mais leve nem que tenha sido por um instante. O
outro encontro, foi com um menininho, Enzo Gabriel, sentei com ele e fiquei
brincando, abraçando, e não sei se as aulas de pediatria estão fazendo muito
efeito em mim (na verdade estão sim!) e quis tal como O Pequeno Príncipe fez
com sua rosa, quis colocar Enzo numa redoma, abriga-lo com um para vento, matar
as larvas (exceto duas ou três, por causa das borboletas). Quis com uma força absurda. Saí mexida, saí tocada.
Engraçado como a vida é, minha missão era abraçar as
pessoas... E eu que saí abraçada, de alma transbordando amor, cuidado, carinho.
Cada dia aprendo a ser alguém melhor, alguém mais disponível aos outros.
Gabi já não é mais a mesma sem Salete, não existe mais uma
sem a outra.
P.S.: Enzo é o garotinho de chapéu vermelho na fotografia.
P.S.: Enzo é o garotinho de chapéu vermelho na fotografia.
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