DIÁRIO DE BORDO - 2ª Atuação
A segunda atuação foi bastante difícil. Logo no início entramos em um quarto onde havia uma velhinha entubada e muito debilitada. Ela estava recebendo alimento via nasal e a mulher que aplicava a injeção com o alimento não estava sendo delicada o suficiente, então a velhinha engasgava muito e isso me fez sair do clown. Senti-me impotente por não poder fazer algo por ela e ao mesmo tempo com vontade de chorar, mas me contive. Então depois de perceber que eu havia saído do clown tentei voltar aos poucos e fui também tentando encontrar o olhar dela, porque naquele momento eu percebi que era a unica coisa que eu podia fazer por ela.
Fomos então aos outros quartos e na maioria deles as pessoas não estavam comprando o jogo, o que foi bem dificíl de lidar na hora. Entretanto, em um dos quartos, encontramos dois senhores muito simpáticos, cantores natos, que deram uma levantada no nosso trabalho (e precisávamos), formamos uma banda com eles e eu tocava violão. Mas depois que o show acabou, um deles, danado, queria cobrar mais de 5 milhões de cachê, um absurdo! A nossa sorte é que eramos ricos e então pudemos assinar um cheque para ele nesse valor, mesmo assim ele teve a ousadia de perguntar se tinha fundo para ele descontar o cheque, muito abusado!
Enfim, mesmo com as dificuldades essa atuação foi muito importante para o meu aprendizado tanto de clown como de pessoa mesmo. E para esse dia eu fico com a palavra "persistência".
(Chiquita Furacão)
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