Diário de Bordo, 03/05/2012
Ansiedade e nervosismo, surpresa, medo, muito medo.. Essa são as primeiras palavras da primeira atuação no hospital. Fomos então para o hospital, todo aquele ambiente era novo pra mim, nunca tinha estado no HUT. Em minha cabeça funcionou da seguinte forma, enxerguei um grande corredor em minha frente e a cada passo que dava ficava mais perto do grande desafio. Meu primeiro dia marcou, chegamos então ao nosso quartinho para trocarmos de roupa, tão apertadinho e ao mesmo tempo nos proporcionando tanto calor humano. A presença de Vits, Lis, Ray, Wagner, Lorena e Ulisses me deixou um pouco mais calma. Uma alegria contagiante tomava conta de mim, enquanto nos arrumavamos, trocavamos sorrisos e sentimentos de medo, dava pra ver. Mas todo aquele processo foi me acalmando. Finalmente o reencontro com Amélia, que linda. Poucos dias e muita saudade. Chegamos, estavamos lá prontos para o real encontro, tentar ultrapassar aquela fronteira de contato dos muros dos hospitais, de toda aquela construção que eu nem sei de onde e pra que fo inventada. Voltando, corredor, elevador, pessoas, primeiramente sustos conjuntamente de sorrisos e eu a primeira vista não conseguia nem falar. Minha voz sumiu, me recordo de um som, de um grito. Me assustei. Primeiro quarto, primeira impressão não é a marca - não mesmo! Achei o quarto ligeiramente frio (no sentido de calor humano) Achei que não fossemos conseguir nada ali, que ninguém iria comprar o nosso jogo. Mas certamente as coisas foram mudando e com muita "vitória" Lisbela encanta por onde passa, sempre fico encantada com tanta delicadeza em ser. Alguns jogos foram comprados e certamente saí dalí encantada com a capacidade de atrair olhares e atenção ao passo que ao mesmo tempo ser ignorada por um sono ou talvez um motivo maior que não daria pra ser descoberto em pouco tempo. Saímos dali em direção a outro quarto, o carinha das Arabias foi muito engraçado, até pipocas de manteiga comemos, lançamos jogos e ele correnspondia a todas e muitas vezes conseguiu me calar. Os acompanhantes do quarto sempre muito disponíveis, achei muito bom esse primeiro contato. Finalmente o ultimo quarto da noite, que aventura! Se aquele quarto tivesse nome seria : O planeta do ET Etevaldo e sua Ópera Maluca. Muito booom! Quando estramos no quarto, seu Etevaldo cobria os olhos com um paninho fino, que logo foi trocado por um mais grosso para que não vissemos que ele estava acordado. Mas não deu certo, Amélia percebeu e foi lá cutucar seu Etevaldo, que estava onze dias sem comer, e não queria saber de história nenhuma. Chegou até a nos chamar de "Coas" que para nosso analfabetismo significa o feminino de "Cão". Dizia a todo instante que eramos muito atentadas, mas ele no fundo no fundo estava gostando. Conseguimos boas gargalhadas, e algumas rabujices que foram devinamente importantes para o meu entendimento do seu ser. O quarto também possuia um paciente que me deixou instagada por estava amarrada na cama, não gostei de ver aquilo. Me recordei rapidamente do sanatório e não queria que os sentimentos daquele lugar tomasse conta de mim, tentei me distrair. Consegui com os jogos lançados pelas meninas para Jefferson, o paciente que estava amarrado. Ele estava muito agoniado, parecia não ter consciência de outra coisa a não ser não querer estar ali. As vezes gritava, agonizada e aquilo me angústiava. Os acompanhantes do quarto participaram dos nossos jogos e foram bastante disponíveis. Essa noite foi muito ao meu ver proveitosa e de muito aprendizado. Gostei muito de atuar com minhas melhores companheiros do mundo, Lisbela e Teka, temos tudo para darmos muito certo. Aprendi muito e voltei para casa aliviada, pois achei que seria um ringue, uma luta interminável. Eu sei que viram dias que não comprarão o meu jogo, e que eu preciso estudar muito, escutar mais e ler muitos diários de bordo. Preciso estar sempre disponível para aprender algo novo. Sempre me renovando. Beijocas, Amélia!
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