terça-feira, 8 de maio de 2012

Marilinha 1ª atuação

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Diário de Bordo, 01 de maio de 2012.  – PRIMEIRA ATUAÇÃO.
Primeira atuação, primeira atuação, primeira atuação, primeira atuação, primeira atuação, primeira atuação, primeira atuação, primeira atuação, primeira atuação, primeira atuação. Ahhrrr!! Eu e Júlia estávamos muito nervosas, muito ansiosas mesmo, quase desesperadas. Que tensão! Mesmo assim, conseguimos criar coragem para atuar.  E, apesar da desaprovação de Ana Vitória, nós quatro (Chico, Sancho, Juju e Marilinha) fomos nos aventurar naquele hotel gigante. Comer, maquiar, concentrar, dançar, subir, energia! Começamos a nossa primeira atuação!
Saímos do quarto já procurando os artistas da cidade e demos logo de cara com uma enfermeira que levava os alimentos para os quartos. Já aí meu jogo brecou. Brecou porque percebi que teria que falar muito, coisa que Marilinha ainda não sabe fazer bem, mas até aí tudo beeem, beleeeza, ela nos disse para procurarmos o corredor e fomos para o primeiro quarto. Vixe! Que tristeza. Quase ninguém comprou o jogo, apenas um policial que nos indicou quem era o corredor. Quando o vi, fiquei com um misto de paralisia, pena, medo e vontade de sair correndo para uma nova oficina porque não me sentia preparada. Na verdade, eu nunca me senti preparada, mas, até ontem, ainda acreditava que era capaz. Aquele quarto foi horrível! Tinha muita gente lá, enfermeiras, policiais, corredores, velhinhos que não queriam de forma alguma comprar o jogo, e ainda por cima, um monte de estímulos que caíram na minha mão e eu não sábia o que fazer com eles, como uma bomba. Meio que desistimos do quarto e fomos para o outro. Esse outro! Foi nele que eu percebi que faltava um elemento da minha maquiagem, besta, mas faltava, e isso me atormentou o topo todo. Aí eu já não era mais Marilinha e comecei a cada vez mais ser Dayane. Acredito que foi por isso que meus melhores companheiros do mundo gostaram de ontem, mas eu não! Apesar disso, esse quarto foi muito interessante, pois um antigo palhaço me pegou de jeito. Ele queria um remédio para a asma. E queria eu a Marilinha respondesse. Porque até então, Chico estava nos salvando em quase tudo. Pronto, outra bomba com a qual eu não soube lidar. Demorei, demorei.. dei uma boa resposta até, mas demorei muito para pensar.
Voltamos para o primeiro quarto, e nele aconteceu um dos momentos mais lindos da noite. Um dos velhinhos que não queria nem olhar pra gente acabou comprando o jogo depois de muito esforço. Trabalho recompensado! Não foi só esse momento bonito da noite, aconteceram outros, mas se eu narrar tudo esse diário vai ser comprido o suficiente para montarmos uma trilogia. Foca, foca!! Na verdade, querido diário, eu não sei bem o que eu senti ontem. Tive momentos de alegria, como no desfile no quarto das velhinhas, tive momentos de tristeza, como no quarto de Rafael, que mal olhava pra gente, apenas assistia TV no celular, e senti muito medo e pena de alguns pacientes mais graves. No fim da atuação, acabei sentindo um nada! Nada mesmo. Acho que os sentimentos se anularam. Pensando agora, acredito que, num todo, o dia foi bom. Mas o Opus Dei da Dayane atrapalhou Marilinha imensamente. Fui muito mais Dayane que clown, e dei pra querer comparar o meu jogo com o das meninas mais antigas. Durante a atuação eu queria fazer jogos como os que eu assisti de Ana, Hortis e Lis. Claro que não deu certo! Felipe até me deu uma jornalada para eu parar de querer me comparar com elas. Nunca aconteceria o mesmo. Somos diferentes, estávamos em um número diferente, com pessoas diferentes e estímulos diferentes. Mas na hora eu só pensava: olha um estímulo, o que posso fazer com isso? Eita, o jogo não ta legal nesse quarto! Esse cara não quer comprar, vamos embora! Que vergonha, sou muito destrambelhada! Ei, não falei com aquela mulher. Ah! Os meninos falaram, deixe quieto. E coisas do gênero. Bah! Deu pra ver, só nesses poucos pensamentos que tive, que não era Marilina ali, era a noiada da Day. Quanto ao número de participantes, na hora, eu achei que lidamos bem com isso, até porque alguém sempre virava espectador por alguns instantes. Mas agora, penso que isso possa ter atrapalhado um pouco a dinâmica no quarto. Porque realmente formamos paredões como Ana previra. Ah! De qualquer forma, eu ainda não consigo lidar com quarto inteiro. Mal consigo responder aos estímulos de um paciente, imagine de quatro ao mesmo tempo! Bem, fato é que tem duas coisas que eu observei, afinal a Dayane não foi de todo ruim, que devemos trabalhar. A primeira seria experimentarmos atuar com 3 pessoas para ver se o problema da dinâmica é o número de clowns ou nossa incapacidade mesmo. A segunda, tentar não sairmos com um jogo pronto do quarto para estarmos mais alerta.
Ufa! Apesar de eu não ter sentimentos sobre a minha primeira atuação, parece que tive muito o que falar. Esperemos a próxima atuação, diário amado. Vamos ver se eliminamos a Dayane do picadeiro. Primeiro passo: não ficar tão ansiosa, nervosa, cagona e ter pavores do gênero. Agora eu já sei, mais o menos, como é. Vamos trabalhar para aumentar a energia!! Mão para cima, cintura solta, dá meia volta, dança kuduro! Ou seria, durma medo meu??
Um bigbeijoborradodobatomzãodeMarilinha,
Dayane (Marilinha Leite Quente)


 
 

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