quarta-feira, 2 de maio de 2012

Dia Do Abraço - 28.04.2012

Querido diário de Bordo,

Meu lindo, quanto tempo que não relato nada. Pois é, ficamos fazendo apenas algumas reuniões por um tempo. Mas, finalmente, nossas atividades começaram! A oficina foi linda, o batismo foi muito legal, mas nada se compara a atuação. Que medo! Que dificuldade! Parece-me que atuar vai se mais difícil que sugar a energia do meu antigo corpo cansado e com bolhas para não diminuir a energia do grupo. Sim, parece-me. Porque, na verdade, não considerei esse sábado como uma verdadeira atuação. Não considerei porque acredito que entrei no jogo errado. Ok, ok.. sair abraçando todos na rua foi muuuuuito bom, muito divertido e acredito que todos que foram abordados também gostaram. Mais tarde, quando saí com trajes normais e sem a máscara, fiquei com vontade de continuar abraçando todos que passavam por mim. Eu mesma fiquei eufórica, fiquei muito animada naquela manhã, e foi até complicado abaixar a máscara porque eu não queria, absolutamente, tirá-la. Queria ser clown e abraçar todos eternamente. Mesmo assim, não considerei sábado uma boa atuação, nem uma boa preparação para os hospitais porque continuo acreditando que entrei no jogo errado.
Abracei todos sem parar, porque me perdi do grupo por um tempo e fiquei sozinha abordando todos que passavam. Quando encontrei o grupo, percebi que meus companheiros estavam interagindo com as pessoas, não só abraçado. Logo que percebi isso fiquei bastante triste, porque caiu a ficha que atuar nos hospitais não é apenas sair abraçando, mas sim interagir, reconhecer o outro. Provas de que eu não reconheci o outro foram as 3 vezes que eu abracei a mesma pessoa sem perceber que já havia estado com ela. Wagner disse que isso é normal e tudo mais, mas isso não retira a jornalada que eu mereço por não ter realmente treinado o que eu tanto admirei na oficina de iniciação, o reconhecimento. O único momento no qual eu senti que estava no jogo de verdade, foi quando dois menininhos, ao me avistarem, saíram correndo. Entrei no jogo e fui correndo atrás porque percebi que era isso que eles queriam. Mas foi só esse. Até quase voltei a ser Dayane, enquanto Marilinha, quando algumas pessoas perguntavam coisas do gênero: o que é isso? Hoje é dia do abraço? Vocês são da Univasf? E eu respondi que fazia medicina mesmo e que não haveria recesso nesse feriado. Bah!! Não sabia o que falar! Marilinha perdeu completamente a voz nessas horas. Aliás, acho que Marilinha não sabe falar direito ainda, é muito bebezinho!
Por isso é que estou tão apreensiva para a próxima e verdadeira atuação. Não aceleremos o tempo, claro, mais vale o caminho do que a chegada. Mas realmente estou com medo de não entrar no jogo. Sinceramente, estou evitando pensar em terça (terça meu grupo irá atuar no Traumas). Vamos ver o que vai rolar no próximo diário, não é?!
Beijos, meu querido,
      Dayane (vulgo Marilinha Leite Quente).

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