Querido Diário de Bordo,
Essa quinta-feira foi tão linda quanto as outras, com uma pequena diferença: Bibi, Txequinaudo e Raimundo foram acompanhados de pertinho por duas jornalistas bem simpáticas. Elas queriam saber mais sobre o projeto, então foram conosco para o querido segundo andar do HUT. Como de costume, nos trocamos no quartinho, enquanto respondíamos algumas perguntas.
Música no ar, energia subindo, nariz no rosto. Mais uma aventura prestes a começar.
Já no primeiro quarto levamos um susto! Um dos pacientes tinha certeza que Raimundo estava lhe devendo algo. Acho que não era ele, mas Raimundo decidiu levar a culpa para livrar a barra de algum outro clown. Nesse mesmo quarto conhecemos duas mulheres, que aproveitavam para descansar em suas cadeiras enquanto os pacientes que acompanhavam estavam dormindo. Como pareciam estar relaxando em um spa, até fizemos massagem nelas!
Encontramos um enfermeiro que já é nosso velho conhecido. Primeiro, ele nos contou que se alimenta do sono. Olha só que refeição interessante! Por outro lado, ele engana os pacientes: chega perto da cama com uma bandeja, como se estivesse levando comida. No entanto, o que ele realmente leva são injeções e aparelhos estranhos para apertar o braço das pessoas. Quanta decepção...
Achamos até mesmo um morador de Ponte Nova. Pois veja que coincidência: eu, Raimundo e Txequinaudo crescemos em uma cidade próxima, Ponte Velha, em casas ali ao lado da rodoviária (Raimundo sempre tem váááárias histórias de nossa infância para contar).
Nos perguntaram, como de costume, se somos irmãos. É claro que somos! De sangue, de coração, do que mais vocês quiserem.
No carrinho de comida, como sempre, não ganhamos nada. Uma pena, mas vida que segue. O jeito é nos alimentarmos de sono, como o enfermeiro nos ensinou.
Em um dos quartos, aprendemos uma bela lição. Perguntei a uma mulher se ela estava acompanhando algum paciente daquele quarto. Ela disse que não, que estava em outro quarto. Estava ali para visitar outro paciente e conversar com a acompanhante, que conhecera ali no hospital. Ela nos falou sobre como os laços feitos ali no hospital eram importantes. Sobre como um ajudava o outro a suportar aquela situação difícil.
Não pudemos entrar em vários quartos, infelizmente. Muitos estavam isolados (quartos VIPs) ou com pessoas dormindo. Quem sabe na próxima visita...
O último quarto foi o mais animado de todos. Nele conhecemos quatro mulheres incríveis, que gostam de fofocar e de tomar injeções. Para ser justa, elas não gostam de injeções, apenas preferem injeções a comprimidos. Não querem ficar tomando injeções desnecessárias por aí! Essas mulheres têm um jeito um pouco estranho de se sentirem bem: elas procuram pessoas mais feias que elas pelos corredores, assim se sentem mais bonitas. Elas procuram mulheres mais gordas que elas, assim se sentem mais magras. Vai entender...
Até a próxima atuação,
Bibi Oteca.
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