Hoje eu só tenho uma história para contar. Isso, só uma.
A senhora Três Pontinhos estava escondida em seu quarto de hospital. Não a tínhamos visto, não ainda. Permanecia lá, inerte. Mas seria ela a nossa surpresa do dia.
Dinho! Tem alguma coisa acontecendo.
Ajudem! Ela está sem conseguir respirar.
Essas palavras me bambearam as pernas, que confusão externa e interna! O que fazer? Deixar a atuação não era uma opção, nunca é. Não o fizemos.
Michel! Vamos ajudá-la. Vá buscar ar para ela!
Nessa hora Dinho pegava uma luva - isso, daquelas descartáveis.
Assopra, Michel.
Assopra, Dinho.
Assopramos. Enchemos aquela luva enquanto no quarto a mulher se debatia sobre a dor do ar que lhe fugia. Parecia um gesto idiota da nossa parte, para quem o via de fora. Mas havia uma razão para tal.
Moça! Moço! Alguém pode entregar esse ar para ela quando ela melhorar? Não!? Ninguém!?
Corremos até o quartel general, pegamos uma caneta e escrevemos "Para quando estiver sem ar. Um presente do Dinho e do Michel.", mas ninguém queria entregar nosso presente.
Ei! Ela está melhor.
Dinho, vamos!?
Vamos!
Entramos no quarto devagar, tínhamos receio. Mas a nossa necessidade de cuidar foi maior que qualquer medo.
Fizemos isso aqui para você. É ar para quando você ficar sem ar.
Um olhar surpreso, um sorriso no rosto da senhora e da sua acompanhante. Uma lágrima forçando em meus olhos...
Um grande e fofo abraço do Michel e do Dinho.
Até a próxima!
Nenhum comentário:
Postar um comentário