Querido Diário de Bordo,
Depois de muita correria para não chegarmos tarde demais, lá estávamos nós - Feliponga, Bibi e Raimundo - no segundo andar do hospital. Foi lindo subir a energia ao som de Elephant Gun, nossa música queridinha da semana de formação.
No corredor, Raimundo precisou lidar com o assédio de uma admiradora. "Que batom bonito! Posso tirar?" "Você fica, as meninas podem ir embora" "Moreno alto? Pois eu prefiro um branquinho e baixinho de nariz vermelho!" Feliponga e eu tivemos que deixar claro que somos ciumentas: Raimundo é nosso e só nosso!
Entramos em um dos quartos e logo nos disseram: "aquele homem ali disse que era para vocês o acordarem quando passassem por aqui". Acordar um paciente? Não parece certo... ficamos relutantes. Mas então uma senhorinha que estava ali me disse que era verdade, que ele queria muito nos ver, que era para acordarmos ele. Como duvidar daquela senhora? Pé ante pé, fomos até a cama daquele senhor, prontos para o acordarmos. Mas então, vem o grito! Ele estava acordado, só esperando nos aproximarmos para que ele pudesse nos assustar! E que susto! Aquela senhora me enganou direitinho.
Em outro quarto, vimos Ju. Só entramos rapidinho e pedimos para que o acompanhante mandasse nosso beijo para ela. Foi doloroso vê-la tão debilitada. Melhoras, Ju! Você vai conseguir.
Brincamos com vários pacientes e aprendemos a desfilar com as enfermeiras. A atuação já tinha sido linda e estávamos indo para o quartinho dizer adeus. Como tinha gente no quartinho, decidimos procurar outro lugar - mas, assim que saímos, um enfermeira nos chamou "Ei, já estão indo embora? Tem um menino que quer muito ver vocês". Então fomos.
E eis que conhecemos Sami, um menino de 10 anos que reluta em aceitar que é grande! Ele nos contou que quer ser médico - e jogador de futebol, é claro. Após trinta dias naquele hospital, estava esperando apenas o resultado de um exame para ir para casa, que ele confessou sentir muita falta. Ver o sorriso de Sami com nossas brincadeiras me encheu com tanta ternura que, quando saímos de lá, foi difícil baixar a energia e tirar o nariz. Queria continuar ali, brincando com ele. Queria continuar com aquela risadinha e aquele "não sou grande nããão, sou pequeno".
Foi uma noite marcante e muito divertida!
Até a próxima atuação,
Bibi Oteca.
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