domingo, 9 de junho de 2019

Berta Testa, Abraço Grátis, 26/05/2019


Um dia depois de ganhar meu nome de clown, fomos à feira. Meu primeiro choque foi descobrir que não seríamos nós mesmos, e sim, um personagem, no meu caso, Berta Testa. Eu já sabia que estaríamos em outro estado, usaríamos outra energia, mas não tinha formulado que não responderíamos como nós.
Gostaria de “abrir um parênteses”: não me sinto muito confortável com a minha roupa atual, pois, infelizmente, ela não foi composta como deveria ter sido. Não pude ir aos dias da formação estética, porque estava bastante doentinha, e, portanto, não tinha muita noção de como ia me construir. Acabei pegando roupas que nunca uso, afinal, na melhor das intenções, tentando me ajudar, disseram para usar roupas que destacam meus defeitos e foi o que eu fiz. Entretanto, era mais do que isso... Ainda assim, me arrisco a dizer que não ficou tão ruim.
Voltando ao dia da feira, fui com meu pai de carro e pedi pra ele me esperar e o coitadinho ficou lá muito tempo até eu ficar com pena e procurar outra carona. Aí ele foi embora. Amo muito meu pai e como ele sempre se preocupa comigo.
Enfim, me maquiei no banheiro da parte de baixo do bloco de salas da Univasf com um monte de gente, Lici me ajudou a comparar a foto da make de Liz (💜) com a minha belíssima tentativa de imitação. Mesmo assim, não consegui fazer direito o pontinho embaixo do meu olho, foi o que mais me incomodou, embora não tenha mais me incomodado depois que eu aceitei meu pontinho esquisito.
Quando todos estavam prontos, tiramos algumas fotos na escada.
Nos deram algumas orientações:
- Devemos jogar com as pessoas (não tinha entendido essa parte muito bem, pois, não sabia ainda o que era jogar)
- Não é legal ficarmos sozinhos quando clowns, pois, existe o risco de assédio verbal e até mesmo violência física. Isso me deixa muito triste toda vez que lembro.
Saímos juntos de carro, subimos a energia em um lugar perto daquele em que atuaríamos. E quando, atuamos, o fizemos em grupo, sempre com um ou mais monitores. Eu adorei nossos jogos com a minha primeira monitora (infelizmente, era a última atuação dela), também gostei daquelas com o Tião Longe do Chão, Clarck Porchet e Pedro Coentro. Algumas coisas que ficaram bem marcadas pra mim:
- Crianças são bem mais receptivas e curiosas;
- Um moço disse que “palhaço nem é gente”;
- Idosos às vezes só querem alguém pra ouvir.
Não tive muita voz, isso me deixou um pouco triste, mas eu também não tava conseguindo falar direito por causa do vestígio da doença. Foi a junção doença x novidade. Eu ainda não sabia muito bem como agir, então acabei observando mais do que agindo sozinha, mas, quanto mais o tempo passava, mas eu me sentia mais livre pra fazer as coisas, espero que isso seja uma tendência. Porém, gostaria de ter brincado mais, falado mais, abraçado mais.
Pessoas que quero me lembrar, a criança Vitória que brincou com a gente e tentou pegar o nariz de Paty Sinha, o senhor que falou bastante de política, o moço que passou por a gente com mini tartaruguinhas, as meninas que não queriam dizer o nome e uma blogueira famosa na região que eu não fazia ideia de quem era.


Em off: Uma coisa que me angustia um pouquinhozinho é a questão: o que é ser “engraçado”? Isso sempre foi difícil pra mim e, em certo ponto da minha vida, decidi que isso não era pra mim e que meu jeito é diferente, mas legal assim mesmo, porém, fico na dúvida, pois, muitas vezes, a única coisa que meu jeito consegue é me deixar apagada, chata e cansativa. Entretanto, agir de outra forma me cansa, eu sinto como se tivesse forçando ser alguém que não sou e chega uma hora que me sinto “ridícula”. Eu não devo ter medo do ridículo, mas fico confusa às vezes. Cada grupo é composto por pessoas diferentes, com suas peculiaridades e maneiras de lidar diferentes... Socializar, que é tão natural pra uns, é muito complicado pra mim.
Errar é normal e o importante é insistir, eu acho. Devo procurar saber mais sobre com quem eu falo e me aprofundar sempre que conseguir. Quero melhorar, diversas são as situações que tomo baques em interações sociais e fico remoendo falas, expressões, respostas e perguntas estranhas, eu não sei direito como reagir.

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