Acordar cedinho foi um dos primeiros desafios a ser vencido, confesso que não foi fácil, mas a vontade de atuar conseguiu vencer o cansaço e o sono ocasionado pelas poucas horas dormidas. Ao sair de casa um turbilhão de expectativas tomava conta de mim, e ao encontrar meus novos
companheiros pude perceber que era uma sensação compartilhada por todos.
Então fomos até a casa de Paputcho, que foi o nosso ponto de apoio para nos caracterizarmos como Clowns, fomos recebidos da melhor forma possível, com muito carinho, e cartazes divertidos que ajudavam a aumentar cada vez mais a animação de todos. Em seguida mais uma tarefa a ser vencida pelos novinhos da UPI, a maquiagem dos nossos Clowns, foi a primeira vez que nos maquiamos sozinhos, algumas dificuldades foram encontradas mas sempre encontramos o apoio necessário nos monitores, o que tornava tudo mais fácil e empolgante.
Depois de estarmos devidamente prontos, chegou um dos melhores momentos hora de juntarmos toda a nossa energia, a melhor, mais forte e mais pura, para subirmos nossos narizes e irmos para o Abraço Grátis, e assim pude encontrar o brilho mais lindo no olhar dos meus melhores companheiros, o que me fez perder a insegurança e poder enfim entrar no jogo, porque sabia que em nenhum momento estaria sozinha.
E enfim saímos pelas ruas de Juazeiro até nosso destino o Camelódromo, até a trajetória foi um momento incrível fizemos diversas brincadeiras com as pessoas que encontrávamos e literalmente paramos o trânsito, recebemos diversos olhares confusos e espantados, mas era muito bom perceber o quanto as pessoas estavam surpresas com as nossas atitudes.
Ao chegar no Camelódromo já pude ter noção do que Marieta Nariguda iria encontrar por ali, pessoas de diversos comportamentos, umas nos receberiam com todo carinho e acolhimento, outras não estariam dispostas a permitirem o encontro, e muitas vezes o tão esperado abraço não aconteceria. Aí logo me veio uma das lições que mais me marcou durante a formação de Clown durantes as leituras do livro O Pequeno Príncipe, só podemos cativar quem permite ser cativado, não poderíamos em nenhum momento forçar um encontro, tinha que acontecer de forma espontânea, só assim nos faria bem e valeria a pena.
Mas posso afirmar que sou muito grata a Marieta Nariguda pois ela me devolve o que a de melhor em mim, a quanto tempo não tinha tanto brilho no olhar, tanta leveza no coração, tantos sonhos, e com o coração cheio de amor, e um friozinho na barriga, pude me entregar, e a cada encontro, cada abraço recebido, aumentava a certeza de que eu realmente amo a UPI. Pude jogar com vários companheiros, encontrei príncipes e princesas, gente famosa, máquina do tempo, bailarinas, maridos pras minhas companheiras encalhadas, dancei, pulei, brinquei, mas acima de tudo encontrei amor, carinho, alegria, pureza, gente de verdade que gosta e se permite encontrar o outro, o que compensava cada não recebido.
É cheia de gratidão, amor, carinho, expectativas, gostinho de quero mais, que encerro esse diário, ficarei aguardando ansiosamente o nosso próximo encontro !!!!!
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