Finalmente chegou nosso primeiro dia de atuação. Finalmente iríamos lidar com pessoas fora dos círculos dos quais estávamos acostumados. Íamos lidar com desconhecidos.
Inicialmente, eu estava muito apreensiva. Não sabia exatamente como as pessoas iriam reagir, pois já ouvira histórias de tudo quanto era jeito.
Levantar 5h depois de uma noite de pouco sono não foi lá tão difícil. Difícil mesmo foi passar a maquiagem e fazê-la ficar no mínimo parecida com a foto.
Durante o caminho ao camelódromo, eu só pensava em como seria, no que eu deveria fazer, como deveria falar ou agir. Fui observando as pessoas mais experientes e tentando pegar uns ganchos. Mas percebi que não havia um padrão, cada um cumpria seu papel de forma diferente. A partir disso, decidi inventar minha própria forma.
Conforme foi passando o tempo, comecei a me soltar, a entender o jogo, a inventar histórias e, claro, a distribuir muitos abraços "grátis". Grátis entre aspas porque recebi sim coisas em troca desses abraços. Recebi olhares carinhosos, recebi sorrisos sinceros, recebi abraços apertados de retribuição, recebi copos de água também.
Acabei que não vi o tempo passar. Peguei-me realmente entretida no jogo, não deixando a bola cair. Melhor foi lembrar depois de como aqueles jogos da formação me ajudaram a entender tantas coisas nesse dia.
Diante dessa experiência, só posso dizer que não vejo a hora de atuar de novo. Até lá, vou treinando a firmeza do meu traço para conseguir fazer da melhor forma a minha complexa maquiagem.
Até logo.
Catarina Polenta
Nas horas vagas, Stella Bello
PS: quero registrar meu contentamento em ter meu diário publicado em um blog que eu acompanhei por alguns meses, pra mim é uma honra fazer parte disso.
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