quarta-feira, 19 de março de 2014

Diário de bordo do Abraço Grátis - 15/03/14 - Joaquim Marmiteiro



O primeiro contato. Sim, apesar de eu já ser um clown há algum tempo, eu nunca havia experienciado um evento de abraços grátis. E hei de contar aqui todas as minhas observações.
1 - A primeira: dificuldade. Não sei se foi devido a um longo tempo sem atuação, não sei se foi pelo fato de eu estar em um ambiente exótico ou por estar na companhia de tantos novos companheiros... Só sei que senti sim um friozinho na barriga. Apesar de tudo, a minha pequena carga de experiências clównicas já me mostrou que friozinhos ma barriga são vantagens para o palhaço, já que nos coloca em uma situação de risco (se você não sabe, astuto leitor, estar em risco é bom pra caramba). Então, com esse nervosismo decorrente de algo inédito, pus-me a aventurar nos mares do bodódromo e senti...
2 - felicidade. Aquela que a gente sente quando faz uma pessoa se sentir bem. Aquela que a gente sente quando é pego se surpresa e percebe que a pessoa da qual tentávamos fazer com ela viesse a se sentir bem acaba por nos fazer nos sentirmos melhor ainda. E vi outras coisas, como...
3 - crianças. Meu Deus, quanta criança há num camelódromo. Graças a Ele, também, parecia-me que não eram casos de trabalho infantil compulsório, mas sim um consumismo proposital. E sabe, as minhas não experiencias dom'malanianas fizeram com que eu realmente não soubesse como me portar diante dos sagazes pequeninos. E, por mais inesperado que fosse, foi. Foi espontâneo, e arrisco a dizer que as melhores companhias que encontrei naquele dia foram as crianças. Umas puras, outras nem tanto assim (lembranças do episódio de dançarinas na carroceria de uma certa caminhonete) - as crianças estão cada vez mais precoces -, mas todas com sorrisos com dentes faltando. O que difere a criança do adulto é que elas não possuem filtros para a fantasia, talvez seja por isso que elas se mostram muito mais disponíveis.
* por falar em disponibilidade, vi que as pessoas são mais solícitas a um cuidado no ambiente intra-hospitalar. (Pode ser que seja por causa disso que as nossas atuações regulares ocorram nestes ambientes, e não naqueles...)
Ando muito devagar e vagueador hoje. Vou resumir todas as experiências em umas poucas frases: foi muito bom, adorei conhecer os meus novos companheiros clowns em ação, a novidade de um abraço grátis enriqueceu muito um tal de Joaquim e as dificuldades, mais uma vez, fizeram com que esse sujeito crescesse um tanto bom mais. 

Joaquim Marmiteiro

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