"Acoooooorda menina, hoje é dia de abraçar!"- isso foi o que o meu despertador interno gritou às 07:00 da matina, CLARO, como sempre atrasado. Levantei loucamente, repetindo de forma séria como seria possível eu me atrasar em um dos dias mais interessantes que eu já havia me proposto a participar.
Me arrumei rapidinho e corri, corri como quem corre pra matar a fome, pra matar a sede. E foi emocionante chegar na casa de Paputcho e encontrar um monte de gente linda, de rostos pintados, prontos para me alimentarem daquilo que há de melhor no mundo- amor. Vesti-me, pintei-me. ENERGIA ENERGIA...1,2,3...10. Nariz vermelho de alegria, caixinha a quatro dedos do umbigo vazia, a energia se espalhou. Mãos, dedos, SORRISO!
Agora sim! Descer as escadas, ir pra rua, aparecer, encontrar o outro. Encontrei minha primeira proposta pro abraço...olhei, sorri e ela me respondeu, meio acanhada, mas respondeu. Abraço forte, cheiroso, mas o mais importante foi encontrá-la, desarmada, pronta pra se entregar ao meu jogo. Depois disso, me senti verdadeiramente Carmelita! Chutei o balde e percebi que isso me fazia mais feliz de verdade.
Queria mais, muito mais! " Meninas, meninos, senhores e senhoras, novinhos e novinhas, Abraços Grátis e quentinhos, aqui e agora! Simbora, não perde que é 0800"
Aos poucos fui descobrindo que Buchada não é a única especialidade da Carmelita, ela também era especialista em buscar olhares pidões, que nem sequer sabiam que eram, mas que clamavam por um abraço como ninguém. Descobri que Carmelita queria ser atriz de novela e aparecer na mídia, que sabia dançar até o chão com duas pequenas, que tinha um irmão Joaquim que ficava implicando por ela não saber falar o "r" normalmente e que ela tava desempregada, se alimentava de 30 abraços por dia e que mesmo assim não engordava!
O tempo passou que eu nem vi. Quando percebi já estava dentro do trem partindo. Sinceramente, não queria ir, mas fui obrigada ... Era o último trem do dia.
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