Querido diário,
Finalmente mais uma atuação. Ai como eu estava ansiosa por
esse dia. Os meninos também, eu acho rs,
e, assim, acabamos por atuar mais cedo. Caramba, como eles conseguem ser
tão bons, hein? As caras e bocas do Zeca e a fala ininterrupta do Joaquim me
enchem com uma energia fosforescente.
Saímos buscando novas formas de encontro e foi isso que
encontramos. Assim que entramos nesse mundo o ano virou, isso mesmo era um ano
novo. Todos de branco, felizes (?) e receptivos. Alguns companheiros nos
olharam com olhos esperançosos e cheios de vontade. Eles queriam estar ali e
não podiam, senti um leve pesar por eles, pois reconhecia aquela sensação.
Entramos num quarto que os meninos foram presenteados com uma
roupa nova, pros dois vestirem juntos. Enfrentamos paparazzi insanos.
Descobrimos, através de um professor de português lusitano, que quem ama deixa
livre. Vimos que não se tem limite de tempo pra se pentear o cabelo.
Descobrimos que fabricantes de macas são ricos, já maqueiros não. Vimos de perto
tanto àquela que trás a Luz, quanto a que trás a comida.
A Pedrita estava com mel, como diz a minha vó, e por isso o
Joaquim teve o árduo trabalho de expulsar todas as abelhas, virou o meu mais
forte e imponente protetor. Aahh, você lembra o Thor com a armadura? Bem, hoje
ele estava acompanhado de um beijoqueiro que falou na língua dos beijos com o
Zeca. No fim, estávamos todos fluentes nessa língua e assim falávamos com as
pessoas que nos rodeavam.
Encontramos com uma dona que nos expulsou, pois achava que
estávamos querendo levá-la pra uma festa. Cantamos e idolatramos o Bahêa com o
seu mais novo jogador. Vimos uma das meninas mais bonitas do mundo. Um cantor
envergonhado que não quis cantar, mas não perdia o estilo. Um locutor sem
fôlego. Aprendemos que tem que passar óleo no bumbum pra não criar feridas.
Vimos à gentileza e a brutalidade. O carinho e o desprezo. A
alegria deitada ao lado da rabugice. E com todos eles tivemos encontros lindos.
Longos, curtos, profundos, superficiais, tocantes, mas todos lindos e cheios de
uma energia única.
Terminei hoje um pouco mais madura, mas isso me tornou um pouco
mais encabulada. No fim, estava tentada a não mais arriscar, por medo de
destruir tudo o que eu tinha conquistado. Mas olhava pra eles, ahh, você não
pode imaginar o que eu via. Queria ter o poder de te fazer ver aquela
confluência de cores que eu enxergava tudo salpicado com aquele brilho que eles
emanavam.
Como eu não tenho esse poder vou deixar
aqui escrito e, com isso, vou tentar, fracamente, imortalizar aqueles momentos
indescritíveis. Infelizmente o faço com palavras comuns e até um pouco vazias,
e isso vai me fazendo sentir um pesar por não ter o dom da escrita.
Mas espero que eu tenha deixado alguma coisa daqueles
momentos aqui.
Beijos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário