quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Chiquita Furacão - HUT - 23/08/2013

DIÁRIO DE BORDO

Hoje o cansaço estava gigante. Eu já estava planejando fazer o que fiz, talvez a coordenação até me dê um puxão bem grande de orelha por isso. Coloquei os “calouros” para atuarem sozinhos enquanto eu observava. Apesar de eles ficarem nervosos com a notícia, expliquei que eu havia atuado sem monitor logo na 3ª atuação, e que é necessário a gente sair da zona de conforto pra sabermos o quão surpreendentes e grandes podemos ser. Estava nos planos também a Chiquita aparecer no meio da atuação, não pra eles pensarem que estavam fazendo algo de errado, mas poderem avaliar uma atuação com e sem monitor ao mesmo tempo. Acredito que Chiquita apareceu no momento certo, em que uma paciente era muito abusada e estava falando mal das meninas, dentro do jogo, e falando mal como coisas do tipo “feia”,  “prostituta”, “não gosto de gente preta”. Com essas atitudes dela confesso que até eu senti bastante desconfortável e com muito medo de não conseguir sair daquilo. Foi então que me lembrei e ensinei às meninas o que aprendi com Teka Lua Cheia: quando alguém tem alguma atitude racista, a gente joga com as cores das roupas, dizendo que a pessoa é vermelha se ela estiver usando uma camisa vermelha, por exemplo. Essa foi a dificuldade que tivemos, mas acho que conseguimos nos sair bem.
Tenho que contar também a minha primeira e curta experiência assistindo uma atuação. Só tenho uma palavra para expressar: desesperador! Porque dá vontade o tempo todo de entrar pra atuar, de brincar com o pessoal, de entrar no jogo. E é muito difícil ficar ali no cantinho, tentando ser um fantasma e se desviando dos olhares curiosos das pessoas tentando entender o porquê de você estar seguindo os palhaços pelo hospital. No entanto, é também bem divertido ver meus melhores companheiros atuando, é engraçado, mas também nos coloca com um olhar mais crítico e comparador.
Enfim, fecho esse diário de bordo com duas palavras: desespero e confiança.


Chiquita Furacão

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