Aos poucos o nervosismo e o medo vão dando lugar a coragem e o enorme prazer de estar ali naquele espaço. Já consigo me arriscar mais no encontro com o outro, já consigo driblar certas situações que em outro tempo em deixariam constrangidas, tipo: um garotinho de três anos responder "bosta" depois de ter sido solicitado pra entrar no jogo e me transformar no que ele quisesse, até ele achou graça disso. Na oncologia, meu Deus, Gabriel tira o fôlego de qualquer um, quanta energia aquele menino, os jogos com ele fluem facilmente, é uma graça, mas dá um trabalho (risos). Gabriel chama tanto a atenção da gente que me esqueci do nome dos outros garotos com os quais brincamos e tiramos fotos.
Ali os encontros foram muitos, me sinto bem-vinda no espaço, olhos que nos procuram, bocas que nos chamam, mãos que acenam, dessa forma vamos percorrendo o espaço sem nem nos dar conta do tempo passar. Minhas segundas tem sido especiais, saio daquele hospital renovada, sinto que mais do que levando alegria, acolhimento e cuidado a todas as pessoas que ali encontramos, me cuido e me encontro a cada momento.
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