sábado, 26 de janeiro de 2013

Formiga Espiroqueta, 22.01.2013

“Tentei não fazer nada na vida que envergonhasse a criança que fui.” (José Saramago)

Parando pra pensar, crescer é tão difícil! Vêm muitas responsabilidades, muitos compromissos, tantas coisas que precisam da sua atenção e de seu tempo. Quando me falavam, anos atrás, que eu ia sentir falta dos meus tempos de criança, achava bobagem, achava que aquilo era só conversinha de adulto. Hoje, atolada em um monte de afazeres, com agenda lotada, paro e percebo que era verdade. Coisa boa é ser criança!

Subir o nariz me permite isso. Me permite ser criança de novo. Me permite sentir potencializados todos aqueles sentimentos bons, de ingenuidade, de pureza, de alegria. Formiga não precisa acertar o tempo todo... Muito pelo contrário, ela pode errar muuuito também! Pode ver que fez besteira e rir horrores disso tudo. Formiga faz um bem danaaaado pra Dani!

Ainda no comecinho da atuação, encontramos um moço no corredor... De cara fechada, por isso dei um BOM DIA daqueles bem caprichados, pra tentar arrancar um sorrisinho dele. Não deu muito certo. Pra falar a verdade deu muito errado! Ele não foi nada simpático comigo. Não sei se ele estava com pressa, com problemas, triste... Só sei que a criança que ele foi um dia deve ter sentido muuuita vergonha dele nessa hora...

Bem, mas não vamos começar com a bola pra baixo! Afinal, hoje eu e Tunica estávamos com muita sorte. Começamos ganhando um bingo! O prêmio? Uma caixa de chocolate?? Um carro??? Uma casa???? Um navio????? Nããããããããão! Muito melhor que isso! Ganhamos um abraço beeeeeem apertado da “bingueira”. E ainda ganhamos um sorriso tão lindo que valeu mais que qualquer outro prêmio. É lindo quando você pára e percebe a beleza que tá contida num singelo abraço... E, seguindo, fomos até advinhas! Era impressionante como sabíamos os nomes de todos que encontrávamos. Era tudo mágica [e, claro, também tinha uma ajudinha da identificação nos papéis que estavam em cima dos leitos, mas isso é segredo! ;) ] Mais impressionante ainda foi quando um pequeno tentou adivinhar nossos nomes. Dei todas as dicas: “Meu nome é o de um bichinho beeeem pequeno que adora doce... Quem é?” Adorei a resposta dele: “Sou eu!!” Kkkkkkkk Linda essa mistura de inocência, de pureza. Ainda tivemos uma amiguinha que nem deu tanta bola na nossa frente, mas depois que saímos, pediu pra mãe nos seguir... Tímida e fofa.

Já no finzinho, na hora que estávamos indo pegar o ônibus de volta pra casa, junto com a galinha do pescoço quebrado, encontramos uma princesinha! Uma princesinha muito simpática que veio nos encontrar pra dar beijo, pra abraçar, pra mostrar um desenho muito bonito, querendo foto... Era a alegria em pessoa!

Quase dentro do ônibus, eis que eu ouço um “Daaniiii”. Me virei para o lado e, como que no modo automático respondi: “oooooooi!” Ops! Jornalada em mim!! Tentei negar, mostrar que era Formiga ali, que Dani não tava respondendo naquela hora. Meu momento crise de identidade. Ficou a lição!

Por fim, baixar o nariz foi um tanto difícil... Hoje, sem dúvidas, foi o dia que demorei mais tempo pra fazer isso. Acho que Dani não queria voltar naquela hora. Queria que Formiga ficasse ali pra sempre. Ficasse ali junto de Tunica, da melhor companheira do mundo... Sabia que o espírito de criança tinha se renovado, que não ia deixar Dani. Mas sabia também que o mundo de adulto ia voltar. Com sua correria, seus compromissos, e, dessa vez, deixando muita saudade! Tunica, a melhor companheira do mundo, que começou as atuações do meu lado quando Formiga ainda engatinhava vai deixar muitas saudades. Mas tudo bem! Como dizem por aí, a saudade é a prova que o passado valeu a pena.

“Lembra o que valeu a pena
Foi nossa cena não ter pressa pra passar [...]”
(Fernando Anitelli – O Teatro Mágico)


Bjooo gigante!!

Formiga Espiroqueta

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