Tarde,
Atraso,
Hospital,
Escadas,
Cansaço,
Sorrisos,
Maquiagem,
Música,
Energia,
Narizes,
Gente,
Cícero?
Esperava estar mais tranquilo na minha segunda vez naquele lugar, acontece que senti coisas completamente diferentes das que outrora havia sentido, estive um pouco mais a observar as pessoas, as histórias que contavam, cada uma com sua particularidade, com seu jeito de ser, sua maneira de se expressar. O quão incrível é o ser humano e o que carrega consigo, podemos sentir inúmeras sensações, boas ou ruins, mas nossas. Somos como a água, ganhamos a forma do recipiente em que nos encontramos, mas sem perdermos nossas características, nossa composição, mesmo diante das dificuldades, em momentos difíceis, somos facilmente misturados e coisas aleatórias, simples, podem nos fazer um bem que não pode ser expressado com palavras.
Algo me conforta como ser humano, o fato de saber que existe gente, que mesmo sem sequer saber quem são ou outros, realmente se importam com as pessoas, como eu gostaria de gritar isso o mais alto possível, alto o bastante para que o mundo pudesse ouvir, pudesse sentir. Com o sorriso da mulher da blusa bonita, ou o jeito de ser do William Bonner, a mulher que demonstrava estar cansada por estar ha muito tempo cuidando do marido, a personalidade da senhora da Paraíba, a alegria do homem que queria voar...
Somos como um poema de Drummond, como uma composição de Cartola, uma obra de Dalí, uma coreografia de Anna Pavlova, ou um simples sorriso de uma criança, infinitos, como o próprio universo, cada um com sua particularidade, mas uns pelos outros, mesmo que indiretamente somos maiores, dando assim um real sentido ao termo "humanidade".
Gostaria agradecer à mulher da blusa bonita, e dizer que mesmo sem saber o nome dela, são pessoas como ela que fazem do mundo um lugar melhor para se viver...
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