quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Cacau Varapau, 30/08/2017, HUT 2º andar

O que faz um dia se tornar especial? 
O que faz um momento ser especial? 
O que faz um instante da sua vida marcar todo o resto? 
O que faz uma atuação ser considerada a melhor de todas? 

Eu não estava bem, diário. Admito. As coisas acontecem na nossa vida como um ônibus que passa por você na parada ignorando o seu sinal. Já dizia uma frase que eu nunca esqueço da nossa tão querida saga HP, "A vida é assim, eu acho. A gente vai vivendo e de repente, PUF!". E aconteceu esse "PUF".
Como eu disse, eu não estava bem e tinha avisado aos meninos que talvez eu não atuaria ficaria só observando de longe. Acompanhei o pessoal na janta antes de ir para o HU e quando estávamos saindo, Bernardo aparece mostrando um pote familiar. Ele brinca dizendo "olha o que achei na minha bolsa, é pra você!". Eu não acreditei, um pote bem Expecto Patronum de Nutella, e um monte de desenhos lindos e frases maravilhosas. Oh anjo, você não sabe o combustível que me deu ao ver aquilo! Tão lindo, tão simples e precioso. Os meninos viram minha energia super alta e perguntaram se eu iria atuar e eu me joguei no vazio e fui. 
Iolanda hoje era nossa convidada especial, sua primeira vez até devo dizer. Começamos do final do corredor como sempre e logo encontramos nossas primeiras figuras. Um garoto que queria ser radical e caiu de um morro (eu esqueci o nome do morro) e sua mãe, toda na moda zebrista e que tinha um sorriso contagiante no rosto. Ela queria ouvir uma piada mas no final nós que ouvimos. E ah! Como é bom voltar a infância, no "quero ver quem pega (palmas~palmas~palmas)" conseguimos trazer de volta aquele espírito molequinho que faltava no pequeno. Então, prometendo um caldeirão de sopa pra ele, partimos em direção a outros olhares.
Ah, dona L. quero ser como a senhora! No quarto das rainhas mais lindas e charmosas do mundo conhecemos 4 senhoras muito animadas e que fizeram muito barulho. Aprendemos que nessa vida temos que dançar lambada para conquistar o boy magia. Edu, nosso cozinheiro, começou a montar o cardápio da grande festa de lambada que vai ter e dona L. pediu uma feijoada que late. Como assim vamos colocar um cachorro na feijoada? Ficamos confusos mas ela disse que só assim para ela comer. Depois de chorar de rir e ser contagiada pelo melhor quarto do andar, nos despedimos para ir comprar os ingredientes dessa comilança.
Láaaaaa no final do corredor, encontramos o cara do rabinho, que até agora ainda não aceitou o seu rabinho. Ele se faz de difícil mas sei que gosta da gente. Encontramos mais pessoas já conhecidas, como a dona do banco de brasilia que dormia tranquilamente e a minha futura madrasta-sogra (TEM UM NOME PRA ISSO?). Só sei que agora sou comprometida com o enteado dela e cada um de nós também. Arranjamos nossos pares de lambada, e você? 
Quarto vai, quarto vem, decidimos ir com aquele sentimento de dever cumprido. Nossa, sabe aquela sensação de que você acabou de viver um dos melhores momentos da sua vida? E que sabe que fez diferença ali? Pois é.
Porém, entretanto toda via, a vida sempre espera mais de nós.
Quando chegamos no nosso trem (vulgo banheiros e quarto) estava tudo ocupado! Como iriamos embora???? Vamos voltar, né.
Voltamos.
E aí foi quando as coisas mudaram.
Chegando no corredor encontramos duas amigas. Uma delas era uma moça muito chique e bem vestida enrolada em um lençol de oncinha. Depois de algumas palavras percebemos como ela estava aflita e perguntamos o que estava acontecendo. Descobrimos que seu esposo teve que descer pra uma tal sala vermelha. Ela estava tão frágil que não conseguia ver a escada na frente dela pra ir até lá já que ninguém dava notícias. Então perguntei se ela gostaria que levássemos ela até lá. Ela aceitou.
Não sabíamos onde ficava a sala vermelha. Nosso passatempo no HU é apenas cozinha/lanchonete/2º andar (e Iolanda nos banheiros) mas quem tem boca vaia Roma, né. Pois bora. Conhecemos muita gente num corredor lotado e percebemos o quanto eles (alguns) ficaram felizes em nos ver. Achamos essa sala vermelha, que tinha a porta branca (vai entender). A porta fechada, não podíamos entrar.
A moça se desespera.
Chamei um moço gentil que passava e ele disse que ela não podia entrar mas ele estava sendo bem cuidado.Percebi ela entrando em estado de pânico e perguntei se ela tinha comido algo, comer sempre ajuda. Ela disse que não, fazia muito tempo. Fiquei sem reação. Procuro meus companheiros e quando vejo um ser de luz se derramando em lágrimas pelo seu irmão e um abraço coletivo sendo compartilhado. Agora tínhamos dois corações que precisavam ser cuidados. Edu puxa uma oração e dando as mãos em frente a sala vermelha de cor branca, começamos. Depois de tentar aliviar a dor no coração de uma, levamos a outra para comer. Fomos até nosso refeitório. Fechado. Corremos até a cantina e ela senta no banco pedindo um suco. Lá ela agradece e começa a falar sobre a vida dela. Tão jovem e cheia de sonho, com uma filha linda e sapeca que já sabe mexer no celular!!! 
Mas infelizmente precisávamos ir mas pelo menos agora tínhamos a certeza que ela aguentaria ficar esperando pelo marido.

Como a vida é frágil e como tudo não acontece por acaso. Eu triste, o anjo da UPI aparecer e me amar, pessoas maravilhosas, trem ocupado, a moça, a sala vermelha de portas brancas.

Estávamos no lugar certo, no momento certo. Percebi como é um projeto incrível, com um poder transformador. Espero continuar cativando e plantando mais florzinhas por aí, e eu juro

Nós éramos infinitos!


Nós.





Nenhum comentário:

Postar um comentário