Sinceramente hoje foi um dia daqueles.
Daqueles que você não esquece
Daqueles que você tem vontade de reviver cada segundo
Daqueles que guardarei com todo carinho
Subimos os narizes ao som de "réla costas" com os melhores Sancho, Toquinho de Geres e Orangina. Depois de procurarmos a pulga rei e pulga rainha, Rosinha e suas melhores companheiras, Anita e Zefinha, desceram e quando entraram no setor, BOOM. Que isso? E um cara ao nos ver, para brincar conosco corre, e nós corremos para o outro lado. Que barulho foi aquele? Fonos investigar, mas ninguém sabia de onde viera, nem ele sabia também.
E nessas aventuras, conhecemos a Base, com Seu comandante e os soldados, onde tiramos fotos, aprendemos novas palavras (Epístola, Custipio), sofremos interrogatório, conversamos, conhecemos estudantes e resolvemos a chave.
Descobrimos também em nossas andanças, as três coisas boas que Deus nos deu (Deixo a pergunta aqui, haha, quem sabe?). Bom, só não respondam, "Vida, Saúde e um marido bom com travesseiro e cama ". Rs. Porque foi o que conseguimos apurar e responder depois de juntarmos várias pessoas do quarto para adivinhar. Tentamos pensar coletivamente, mas erramos, quer dizer, também não estava errado. Rs
Foi ai que conhecemos Dona Didi, nossa cúmplice. Senhora que mesmo com sua timidez, estava tão disponível e que nos ajudou a descobrir o nome da copeira mais chick e top do universo, Dona M., que achava não ser ninguém de quem precisassem lembrar. Fazemos questão sim de conhecê -la.
Encontramos também o quarto de isolamento respiratório que dizia " Usar EPI", entao, claro, só pode entrar lá quem soubesse falar EPI. Não sabíamos, mas tentamos nos comunicar, somos clowns, a gente dá um jeito hahs. E foi ai que conhecemos Seu Sábado de Deus, que cuidava de seu Domingos que era surdo, e que era especialista em EPI e que saiu para falar conosco. Então deixamos um recado, e ele o passou. De repente, da janela, estávamos nos comunicando em EPI com Seu Domingos. Era uma língua diferente, que tbm usava o olhar e até atriu gente que passava, que tbm se lançou ao desafio de tentar se comunicar por EPI. Parecia não haver janela.
E eu pensava que a noite acabaria ai. Foi então que conhecemos Dona S que nos apresentou seu marido, Seu O, que havia sofrido um AVE e não estava enxergando. Bom, é o casal mais 20 que já conheci. Cada uma de nós recebeu um aperto de mão, uma energia tao forte, tão boa de Seu O. Não só Dona S, mas tbm as três narizes vermelhos e duas narizes vermelhos invisíveis (acompanhantes do quarto) quiseram compartilhar esse momento. E após cada aperto e cada apresentação, todos nós seguramos a mão de S. O, que nos respondia pressionando e sorrindo. Foi um momento de grande sensibilidade, que nos tocou profundamente. Tocou a forma de sentir, a forma como Zefinha e Anita descreviam as pessoas e o cenário, tocou a simplicidade. E mais ainda quando ao sairmos do quarto, Dona S, fala ao ver a enfermeira: - Ele reagiu.
Nada acontece por acaso. Estávamos repondo a atuação, e quanta lindeza encontramos nesse caminho.
Foi uma lindeza tbm, ver Anita, que sim, tem a melhor visão do mundo, dizer sim, jogar-se no branco vazio. Começar tão tímida e com medo na primeira atuação, e de repente, esquecer que sua cegueira e sua surdez não eram empecilhos e fazer jogos tão delicados. É um crescimento lindo de se ver.
Muito obrigada, Anita, Zefinha e Raimundo, pelo grande companheirismo. Está sendo um prazer a cada quarta "encontrar" vocês e com vocês. Ah, tenho um que pena, sentimos sua falta hoje, Raimundo Lambido.
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