terça-feira, 2 de junho de 2015

Juju Esticada - M. de Juazeiro, 25.05.2015

           
          “Tudo isso aconteceu, Acredite, ou não... Inesperado!” (Lenine) =)



            Hoje o dia foi feito de surpresas! Ao chegar à maternidade, fiquei sabendo que íamos atuar sem monitor, isso mesmo, quase morri! Meu coração, quase sai pela boca, um frio na barriga, a mesma sensação da minha primeira atuação. Tudo de novo! Senti-me no Picadeiro!  Mas, logo rememorei: “Se joga no branco, vazio”. Pois é, foi justamente isso que fizemos Vanda e eu. Com o coração pulando de medo... Será que vai dar certo? Vamos atuar em cima ou lá em baixo? Não sei! Só sei que fomos. Começamos a esquiar... E foi muito mágico, tudo surgiu naqueles momentos.
            Pessoas super disponíveis, olhares lindos, momentos inexplicáveis, e ouvir muito obrigado pela visita. Vocês estão aqui para visitar quem? Vocês estão aqui todos os dias? Vocês fazem um trabalho muito bonito! Trazem felicidade para esse local de dor! Foi muito gratificante. É ai que descubro que é muito simples ser simples, mas que não somos muitas vezes acostumados a sermos assim, e ai o difícil é fazer o simples, mas, hoje não... Foi maravilhoso e muito fácil ser simples.
            Ouvimos muitas histórias, e veio na minha memoria à frase “a arte de ouvir também é a ciência de ajudar” (Joanna de Ângelis). Manu, realmente descobriu que sendo o Clown Juju com um nariz mega vermelho ou sem maquiagem, apenas Manú, ali era e é um dos seus lugares, que nesse momento da vida é lá que as experiências vão lhe transformar em uma pessoa mais humana. Como diz Santo Agostinho “Aquele que tem caridade no coração tem sempre qualquer coisa para dar” e é bem isso que elas têm (Juju/Manu).
            Durante a atuação, três momentos me fizeram pensar na real importância e significância de profissionais da saúde, serem realmente humanos, nada mais, nada menos que HUMANOS! 1º Uma simples brincadeira se transformou em uma festa com bolo de chocolate com recheio de morango, torta de abacaxi, brigadeiro e beijinho com vários adultos que compraram o jogo e mergulharam em suas lembranças. 2º Receber muito obrigado pela visita foi tão bom, ainda não tinha recebido visita de ninguém hoje e o 3º aquela imagem de uma mulher entrando em parto, despida, sofrendo, com vários estudantes de enfermagem prontos para ajuda-la.
            O terceiro momento me fez pensar na vulnerabilidade dos seres humanos, pois inicialmente, achei muito legal saber que havia tantas pessoas acompanhando a gestante. Contudo, ao parar para refletir àquela cena, fiquei me questionando se a gestante, estava não só despida de suas vestimentas, como também de sua humanidade? Tirei várias lições de vida a partir daquela imagem.
            Precisamos sempre um dos outros, o homo patiens exige um medicus humanus. O homem que sofre exige o médico humano, que não trata apenas como médico, mas também como homem, como dizia Victor Frankl. Recordei do versículo de Mateus que diz “Ame o seu próximo como a si mesmo”. É com ele que finalizo bem o meu diário. Mais do que tudo, quero explicitar minha gratidão por ter a oportunidade de atuar como clown, mostrando um pouco de Manu vestida de Juju. Foi muito bom saber que minha melhor companheira do mundo Vanda se permitiu se jogar no vazio e dividir aqueles momentos únicos comigo e juntas conseguimos superar a aflição de atuar sem monitor naquela segunda-feira.  


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