“Meninos, me perdoem, mas hoje não vou conseguir atuar, estou com
uma cólica terrível pra ficar andando pelos corredores”. “Ah
que pena, fica pra próxima então”.
Teria sido assim, mas eu pensei “posso não atuar, mas assistir eu
posso”, e fui. Quando cheguei, Dinho e Pietra já estavam
enfestando os corredores do hospital. Tentei ficar no meu cantinho, e
ali mesmo observava a atuação dos meus melhores companheiros e
observava também a reação das pessoas. Fingi que eu era
acompanhante de alguém pra ouvir os comentários das pessoas e
confesso que fiquei triste e um tanto pensativa com alguns
comentários. Fiquei pensando se realmente o que fazemos no hospital
faz diferença na vida daquelas pessoas. Foi quando apareceu Titinha,
uma senhora que viu Dinho e Pietra e começou a dar vários conselhos
de como ser um palhaço de verdade. Eu, observando a cena, e não
aprovando tudo o que ela dizia, tive a ideia de pegar o meu nariz e
entregar à Pietra para que ela colocasse em Titinha, e assim ela o
fez, dando vida à Titinha FicaDica. Fiz isso porque quis mostrar a
essa senhora que não estamos ali como palhaço Patati-Patatá, e
acredito que a mensagem foi passada, pois ela pode presenciar na pele
isso. Enfim, assistir atuação sempre nos faz ter vontade de entrar
em alguns momentos pra encaixar aquela peça do quebra-cabeças que
só quem é expectador vê, é como na oficina, quando um companheiro
está no picadeiro perdido e a gente sabe qual caminho ele tem que
seguir, mas que se estivéssemos em seu lugar, estaríamos
desesperados atrás de uma bússola.
Núcleo do dia: Dúvidas.
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