segunda-feira, 29 de junho de 2015

CHIQUITA FURACÃO – HUT – 26/06/2015

 Depois de 1 mês sem atuar, cá estou eu, um tanto nostálgica, um tanto sentimental, sei que isso são sentimentos antecipados, mas quem nunca sofreu por antecedência? Não consegui entrar no hospital com a cabeça “branco-vazio”, acho que isso me atrapalhou um pouco. A atuação foi difícil e me lembrou outras duas de já muito tempo atrás. Tive que abaixar o nariz e, assim como nas outras vezes, o sentimento de impotência me dominou por dentro. Mas a pilha de Dinho e Izabel não acaba por pouca bobagem, contagia, e lá estava eu de novo, com o nariz vibrante. Porém, as tortadas na cara também estavam longe de acabar. Como todo mundo daquele hospital estava aproveitando que era São João e bebendo todas as cervejas que a cozinheira estava servindo, virei pra uma jovem, dona de um lençol que a cobria quase todo o corpo deixando o sorriso desconfiado de fora, e perguntei se ela estava deitada ali por conta da cachaça. Ela manteve os músculos faciais contraídos que seguravam aquele sorriso, que ainda busco o significado, e respondeu-me “foi cachaça não, foi estupro”. Escolhi um ponto final pra terminar a frase aqui, mas no momento, as reticências foram tão infinitas, que os meus músculos faciais permaneceram, ao contrário dos dela, relaxados, estáticos. Às vezes, a gente acha que está preparado pra qualquer coisa, daí vem uma situação fora da nossa “zona de conforto” pra nos levar à refletir o tamanho da nossa insignificância. Que o aprendizado é a todo momento.
Núcleo do dia: Reflexão.  

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