Vamos começar pelo fim?
29 de junho de 2015, hoje. A dias essa noite virou especial
pra mim, quando eu soube que seria uma segunda-feira de reunião da UPI, por si
só ela já não era uma segunda-feira como as outras. Uma das últimas segundas de
um final de semestre por si só estressante, cansativo, pesado, e por isso
acredito que muitos dos que caminharam comigo até aqui, aqui não estejam, são
provas, artigos, seminários, finais, outros projetos, a vida, as escolhas, a
preguiça, as férias, viagens, família e tantas outras coisas que existem fora
desse mundo palhaçada que a gente vive uma vez na semana nos hospitais, e de
quinze em quinze dia em alguma sala dessa universidade.
Existe um mundo lá fora, um mundo que a gente esquece
durante aqueles incansáveis dias de formação, vocês lembram? Um mundo que o
nosso nariz aprendeu a transformar, um mundo que fica a cada mais vermelho,
mais rosa, mais verde, mais roxo, mais tantas outras cores que a gente inventa
de pintar. É que a formação e o dia a dia dentro desse projeto, no fim, é pra
mudar o mundo, e mudar o mundo não é pra qualquer um, é pra quem acredita em
mudança, é pra quem acredita em transformação, é pra quem acredita em
felicidade, e como disse um dia Dona Quinô, “Ser feliz é pra quem tem coragem.”
Pois tenham.
Falando em formação conto 1 ano e 5 meses da minha, não sei
dizer se foi muito ou pouco tempo, só sei dizer, com todas as letras que foi
inteiro, foi completo, foi completude, foi intensidade, entrega, verdade, foi costurar
a bandeira e dizer: Essa eu defendo. Foi subir o nariz com verdade e desbravar
corredores a fora como quem não sabia o que ia encontrar, e não sabia mesmo, e
olha que engraçado, encontrou. Foram um 1 e 5 meses de um relacionamento sério,
e relacionamento sério vocês sabem, tem dias bons e dias ruins, dias que a
gente quer que durem uma eternidade, dias que a gente quer que passe rapidinho,
mas sobre essa história, vocês já conhecem, não vou me delongar nisso.
O que eu quero dizer, é que eu não dizer, não sei com que
palavras eu digo até logo, não sei com que palavras eu digo: Jájá a gente se
vê, eu não sei com que palavras eu digo: Olha eu vou ta aqui pra o que
precisar, conta comigo, eu não sei dizer: Acho que to descendo do barco, mas
vou remando aqui do lado, em um bote só meu, qualquer coisa grita...
É que eu não consigo ser pouco no muito, é que pra mim é
complicado não ser inteiro, é que no que eu amo de verdade, eu vivo de verdade,
no que eu acredito eu aposto todas as cartas, e se tem uma coisa que eu aprendi
foi a me inteirar no mundo, ser inteiro em cada pedaço que me coloco.
“Quem em cada pouco põe tudo
que é, merece ser feliz. E muito.” Tati Bernardi é contemporânea e sábia,
ouçam-na.
Sim, esse é um diário de
despedida, assim, sem choro, sem peso, sem brigas, sem motivos maiores, só a
necessidade de caminhar por caminhos menos cheios, só a necessidade de
organizar uma vida um tanto bagunçada, só a necessidade de arriscar em outros
melhores companheiros do mundo, por que eu acredito neles, em vocês, só a
necessidade de deixar ir, é chegada a hora de partir...
Pensei em deixar um pouco de
mim, mas decidi levar comigo um pouco de vocês. Pude encontrar com muitos de
vocês nesse 1 ano e 5 meses, tive o prazer de dividir os corredores dos hospitais,
de dividir a organização das reuniões, de dividir as festas, os encontros, a
formação, a seleção, a viagem, o MCA, a vida. Com outros ainda não puder
verdadeiramente caminhar, mas acredito nos próximos dias, acredito que novos
encontros ainda vão acontecer...
Pra não me delongar, vou
parando por aqui, mas calma, preciso dengar um pouco antes de ir embora, é que
nesse caminho um tanto de gente, um tanto de coisa foi me cativando, foi me
encontrando, foi deixando comigo, e levando de mim, e não conseguiria ir embora
sem agradecer de uma forma mais pessoal aos meus melhores companheiros, de
atuação e de vida. Pra todos aqui, o meu muito obrigado, pelos caminhos
cruzados, pela energia trocada, pelo sorriso dado, mas, aos meus xodós, aos
meus chamegos, levo um pouco de cada um comigo e digo: eu sou muito apaixonado
por vocês:
E, então o mundo ficou
turvo e tivemos que enxergar de outras cores, fomos honrados com a presença da Princesa Testa no Joelho, uma nobre de um
reino muito lindo e quieto, que ao chegarmos comia calmamente seus biscoitos
reais e não deu ousadia alguma a esse trio de plebeus desconhecidos, só depois
que terminou de degustar a comida real deu meio tostão de ousadia: um olhar,
pra logo em seguida voltar a encostar a testa em seu joelho, coisa que fazia a
cada pergunta, até que Teca conseguiu fazer brotar um sorriso, e Esperança
conseguiu uma resposta, um alto e sonoro: “É”.
Rebeca pouca janta
Te confesso que muitas
vezes não tenho vontade de atuar, confesso que nem sempre acho essa obrigação
gostosa, assim como confesso que esse projeto já me proporcionou muitos dos
melhores momentos da minha vida e quando se é cachorro, é difícil largar o
osso.
Sancho pança fofa
Esta semana um amigo me
perguntou se gosto de atuar. Sinceramente, respondi que, pra mim, atuar é como
tomar sorvete. Isso porque a vontade de tomar sorvete muitas vezes não vem,
sinto que quero comer outra coisa, algo de mais fácil acesso. E, então, eu tomo
sorvete. E ai penso “armaria, como sorvete é booom, amo isso aqui hmmmm!”.
Toquinho de geres
Parece bobo e duvidoso
quando pensamos que ações como essas e gestos tão simplórios podem mudar alguma
coisa. Engano! Podem! Nesse
processo esquecemos que são os
gestos mais simples ('menos é mais') e as atitudes de atenção com o outro, são o que, de fato, nos
humanizam.
Rosinha das alturas
Percebi nesse momento que é
necessário manter o limite entre a San e a Rosinha, mas também nem sempre isso
vai ser possível, pois perder as estribeiras faz parte. E fez.
Rosinha dos retalhos
Quando as coisas são feitas com verdade elas acontecem.
Quando todas as metáforas começam a fazer sentido.
Quando as frases ditas incansavelmente são postas em ato.
Quando o sim já não é mais uma opção, é a unica escolha.
Juremas das pamonhas
O cuidado é uma via dupla!
Jamaisvista de listras
E espero ter deixado pelo
menos metade do que eu recebi... Porque agora vou dormir com o som do sorriso
daquela velhinha linda e do som da voz dela quando disse: “Foi a melhor visita
que eu já recebi!
Frida ciriguela
“Vocês três são como um presente”
“Torta na cara”
“Vem aqui que tem
gente que quer conhecer vocês”
E tanta coisa
boa, tanta coisa que a gente traz de volta pra casa...
Bartolomeu barbudo
"Chiquita" Rosa Choque
e Esperança Sambacanção
visitAndo a UTI numa completa comunhão
e
na Lavanderia explicações entusiasmadas
não param de surgir situações Inesperadas
os Zói da Esperança custavam acreditar
que o cAfé
estava pronto e a mulher a nos chamar
refeiÇão concluída e de bucho forrado
hora de pedir a
bençÃo pelo dia afortunado
a atuaçãO chegou
ao fim, mas deveras continua
nessa vida de tropeços de humano que atua!
Chiquita rosa choque
“Ah , diário, como é bom
saber que podemos contar com nossos companheiros, não é? Ontem, em mais um dia
de atuação, o Gled era o monitor da vez, e como eu tava com saudade dele! *_*”
Valentina fuzuê
E como eu já sabia o
quanto essa menina era especial antes mesmo de saber seu nome. Sara mudou meu
dia, mudou minha semana. Sara me trouxe lembranças e ensinamentos. Sara me deu
uma lição de vida, e talvez ela nem tenha percebido minha presença.
Catarina polenta
A tarde ainda era dourada
quando nós seguimos mais leves.
Frufruta doce
Sem amarras, sem nós, com
um nariz vermelhinho, podemos ser tudo.
Mariqueta boa bunda
Meu
desejo nesse momento era de dar-lhe apenas o direito de chorar o seu luto, e de
colocar calor, no lugar das faixas. Mas fico com o nosso encontro, com a
presença das minhas companheiras naquele quarto, com a pergunta estúpida, com
seus pés e uma ou duas lágrimas que conseguiram escapar.
Pinika dorada
A atuação de hoje eu achei
meio morna, quando a gente fica algumas semaninhas sem atuar, parece que fica
um pouco enferrujado, mas o válido é não esquecer que “o essencial é invisível
aos olhos”.
Bibelô tichele
“Ao ver que me sentia mais
segura nesses dias, ao poder sentir o quão lindos são nossos monitores ao nos
passar tanta confiança e força num único olhar, e principalmente... ao ouvir
tantos "obrigado(a), vocês não sabem como isso faz bem!" após um
abraço apertado.”
Zefinha Laranjeira
Esse diário é especial,
porque resolvi dedicá-lo a um amigo, um grande amigo, um dos melhores dos
amigos, um dos meus melhores companheiros do mundo: Sancho Pança Fofa. Por trás
desse clown, um ser humano incrível.
Joaquim marmiteiro
Ah se eles soubessem que
eles fazem muito mais por nós do que fazemos por eles.
Pietra fofolete
É interessante como não
percebi o tempo passar, muito menos que Cris estava nos fotografando, parece
que quando você sobe o nariz você mergulha em outro mundo.
Miojita Espoleta
Ahhh, o abraço, é isso. Esse diário é sobre isso. Uma linda
tradição que me fez voltar dois anos no tempo. Voltar, não? Me fez sentir o
peso de dois anos. Dois anos em que as pessoas me mudaram e eu espero tê-las
mudado também.
Pedrita Bombom
Em um dos dias do processo
de seleção me pediram para contar minha história e é impressionante como a
minha e a da Unidade de Palhaçada Intensiva andam juntas, se confundem em
muitos momentos. Tem sido assim.
Lisbela Duracel
Entre altos e baixos
,encontros e tentativas ,estamos amadurecendo =D
Santiago suado
E ele que quis sair do
carrinho para ficar mais perto de nós, nessa conversa que tivemos ele me
mostrou o machucado que tava na sua mão, logo eu beijei a mão dele. Foi lindo
querer cuidar daquele garoto e ver ele ali aberto para receber atenção *.*
Pedrinho Palito
O resumo do amor
aconteceu, um novo ciclo se iniciou, nasci mais uma vez, das tantas outras que
ainda hei de nascer. “Sem tirar nem por; sobre o amor.”
Neuza camponesa
De cada encontro um recorte diferente...
“Vocês chegaram, olha ai, tá todo mundo indo embora.”
“Ei vem aqui, tem uma menina precisando de vocês...”
“Se vocês quebrarem vocês vão pagar.”
“Ela disse que gostou de vocês; conseguiu até soltar uns peidos.”
“_ Oi, a gente pode entrar?
_Não!
(minutos depois...)
_Vocês são como um presente pra mim.”
“A pessoa já tá doente, aparece umas coisas dessas, faz é piorar.”
(minutos depois...)
_Não, era só brincadeira minha.”
“Vocês sabem de tudo. Vocês adivinham tudo né? (...) Pois a gente
ainda vai se encontrar por aqui.”
"Olha gente! Sarinha ta rindo!"
"Olha gente! Sarinha ta rindo!"
“Vocês são é uma benção.”
“Psiu, fala mais baixo.”
“Ei, Obrigado...”
Esperança Sambacanção.
“A gente vai se dividindo em pedaços e levando novos para compor a vida.”
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