Estreia, se pode se chamar assim.
Enfim comecei minhas atuações no Dom Malan, ambiente diferente, ares novos,
possibilidade de novos encontros e novas companhias. Ver aqueles diversos corredores tão diferentes
do traumas me fizeram perder um pouco da acomodação de sempre atuar lá; a
oportunidade de jogar com o novo. E lá fui eu com Pedrinho Palito, brincando
com a mulher da recepção, as moças da farmácia e suas toucas super estilosas; de
caminhar pelo corredor e visitar todos os quartos com nomes de personagens
infantis. Logo de cara encontramos uma pequena muito especial, tagarela, com um
brilho no olhar tão lindo, que encucou que a calça de Pedrinho Palito era de
mulher e que venderam errado, que perguntou porque nossos lábios eram coloridos
e por que nossos narizes eram vermelhos;
que não queria nos deixar ir “ei, vem aqui, vamos conversar mais um
pouquinho?”, e que me fez sentir vontade de passar o tempo todo lá conversando
com ela; mas os outros quartos também mereciam nossa atenção. Encontramos
também com o pessoal do circo, o pai estava mais empolgado do que o filho ao
mostrar todas as fotos tiradas a Pedrinho Palito, que poderia seguir a carreira
de malabarista. Em outro quarto brincamos com várias crianças que nos olhavam
com aquele olhar de curiosidade, e encontramos com um bebê que ao me ver cai na
gargalhada e ficava sério ao ver Pedrinho. Vivi Manteiguinha 1, Pedrinho Palito
0.
Mas ao final de tudo me vieram
indagações, como lidar com aquelas crianças que se assustam e choram ao nos
ver? Digo que ainda fico meio perdida; jogar com adultos é totalmente diferente
de jogar com crianças. E ainda me vem o
sentimento de impotência e um pouco de angústia ao ver todos aqueles pequeninos
sofrendo de algum modo, sentimento que eu tinha antes, mas não se mostrava tão expressivo como agora.
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