sábado, 7 de junho de 2014

Vivi Manteiguinha - 3ª Atuação no HU - 30/05/2014

A todos meus companheiros peço desculpas antecipadas pela demora na postagem do diário, é que essa atuação em si foi tão especial para mim, que eu precisava estar bem comigo mesma e com tempo o suficiente para sentar e escreve-lo.
Como escrevi em diários anteriores eu tenho ótimos jardineiros, que estão me ajudando a crescer, uns com pouco caminho como eu, outros com uma longa jornada; todos eles me ajudaram de alguma forma, a Vivi Manteiguinha só é o que ela é agora por causa do ensinamento de cada um deles. Mas nesse sábado em questão um dos meus jardineiros acabou por deixar o jardim, saber ao final que aquela seria sua última atuação fez a flor que estava desabrochando em mim murchar um pouquinho; como meu jardineiro mais especial estava indo embora? Mas ai eu pensei, se esse é o melhor para ele, nada mais eu teria que fazer do que o apoiar, e faze-lo saber que de várias maneiras ele me ajudou a fincar raízes. O seu sorriso, sua alegria, seu carisma e loucuras ficariam gravados por todo o terceiro andar, me fazendo lembrar o Aventureiro que tinha dentro de Zeca.

Mas como posso começar a descrever esse dia?  Lá ia mais uma tarde de sábado, eu e Mari Mari sentamos na cantina do traumas, esperando que Artur chegasse e pudéssemos partir para mais uma atuação, conversa vem, conversa vai, eis que aparece Artur e Tati, nesse momento não aguentava mais de felicidade, Tati ali só significava uma coisa, eu enfim poderia atuar com Rosinha das Alturas. Algum tempo depois esperando a maquiagem chegar subimos até o terceiro andar e lá descobrimos que iriamos ter que nos arrumar numa sala escura. Com o auxilio do por do sol e celulares conseguimos nos vestir e maquiar. Esse dia estava mesmo iluminado, a falta de energia não nos impediu de fazer um ótimo trabalho, e mesmo antes de subir o nariz já se sentia uma energia diferente. Tati até então se fez de observadora, e se não me falha a memória, ao som de Spice Girls subimos o nariz; surgia então Cassandra, Zeca e Vivi. Dançando e tentando arrombar a porta da sala escura, fomos em direção ao corredor. No primeiro quarto encontramos com o pequeno D, soubemos depois de muito questionar, que ele tinha quebrado o braço brincando de polícia e ladrão; de primeira ele não nos dava muita ousadia, ficava da cama apenas nos olhando, e deveria estar imaginando, que monte de gente doida está em meu quarto? Fomos assim pra o segundo leito, da mulher que tinha uma bola de cristal e da senhora que já nos tinha visto na tv, e ficava com pequena porque nós tomávamos vários tombos. Nesse mesmo quarto nos deparamos com uma senhora que só falava em libras. Me veio a cabeça, ô meu Deus o que eu vou fazer? Mas veio a nosso socorro Zeca, que sabia Libras e conversava alegremente com a mulher, nós ensinando a falar como ela falava e a entendê-la. Cassandra logo pegou a manhã, e eu me lembrei da formação: Clown é especialista em tudo, e lá fui eu no meu “Librês” fajuto entrar na conversa. Zeca e Cassandra me mostraram que muitas vezes não é preciso palavras para se construir um jogo.
Nesse meio tempo, Tati foi descoberta pelo pai de D, e foi então chamada ao jogo: como ela tinha o ultraje de ficar nos perseguindo? Nesse mesmo tempo, já íamos percebendo o brilho naqueles olhos atentos de criança, que observava cada detalhe de nossa atuação, e que de vez em quando nos presenteava com tímidos sorrisos.  Fomos então para mais um quarto, lá encontramos com um senhor que falava bastante de Deus e uma senhora lavadeira, cheia do ouro. Zeca não perdeu tempo e já foi entregando suas roupas para a senhora lavar, mas que palhaço mais ousado; essa mesma senhora já estava de saída e lá fomos acompanha-la escada abaixo tentando pegar uma carona pra casa. Depois mais uma vez subindo aquelas escadas torturantes, fomos para outro quarto, no qual apresentamos o senhor que falava sobre Deus, para aqueles que queriam ouvir a palavra, e fomos em busca do show de Ivete. E foi ai que avistamos uma coisa rosa passeando pelos corredores, eu estava sem óculos, então só via uma mancha rosa. Depois de chegar mais perto, quem estava lá, Rosinha das alturas, em toda sua “rosura”; como ela já estava lá mesmo fomos em busca do show de Ivete, e no último quarto curtimos um show digno de nota 10, com acrobacias de Cassandra e Zeca,  e danças de Vivi e Rosinha. Depois saímos mostrando nossa performance pelos corredores, entramos em um quarto e continuamos com a festa, até um senhor bem velhinho dançou conosco, depois fomos para o quarto do reggae, em que ninguém nos queria ensinar os passos e por fim seguimos pra casa; Depois de 2:30 terminava então nossa atuação.
No quarto escuro tiramos nossos narizes e sentamos no chão, e relembrando a formação, cantamos Durma Medo Meu.  Ao final enquanto falávamos o que Que Bom, Que Pena e Que tal, num sentimento de alegria e saudosismo, Artur ao meu lado chorava, eu então percebia a decisão que ele havia tomado. Zeca Aventureiro nesse momento fazia sua última atuação, e que honra e felicidade por ele ter compartilhado essa última atuação comigo. No final de tudo nos abraçamos e ficamos lá repartindo aquele momento. Queria deixar aqui para os melhores companheiros do mundo, que eles me proporcionaram uma atuação perfeita. E Artur, você me fez me apaixonar pela UPI e fazer parte dela, me fez me apaixonar nas atuações pelo clown que existe em mim e saiba que um pedacinho de Zeca sempre estará em Vivi.





 "Pára e bate o coração
Em pura disritmia
O medo amedronta o medo
Vela, madrugada, dia,
Assim como a saudade
Ou uma frase perdida

Durma, Medo Meu
Durma, Medo Meu"

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