Coulrofobia: termo psiquiátrico usado para designar o medo de palhaços. É comum entre
crianças, e às vezes também ocorre com adolescentes e adultos. Às vezes o medo
é adquirido após experiências traumáticas com um indivíduo singular, ou após
ver algum palhaço ameaçador na mídia. Ao
depararem-se com algum indivíduo vestido de palhaço, "os portadores dessa
fobia têm ataques de pânico, perda de fôlego, arritmia cardíaca, suores e
náusea"
Primeira
atuação sem monitor, primeiro quarto. Mariqueta e Teka Aquarela entraram
oferecendo um doce conseguido no quarto anterior e encontraram um casal, um
lindo casal que dizia ter acabado de se casar há 9 anos ali mesmo, e desde
então morava naquele quarto. Ele entendia de tudo, desde metafísica até coisas
bem simples. Era professor de teatro, devia ser por isso. Ela era uma linda
mulher e, como uma boa recém-casada, jogou um buquê de flores que encontrou por
ali pra gente. Teka foi quem pegou, mas todos os possíveis noivos fugiram dela.
Jogos deliciosos aconteceram naquele quarto e saí de lá me sentindo muito feliz
com o resultado e o que pudemos fazer por aquelas duas pessoas tão simpáticas.
Ao terminarmos a atuação,
Tathy, a observadora da noite, comentou, muito emocionada, que a moça
recém-casada tinha coulrofobia devido a um trauma na infância, mas que conseguiu
superar quando viu que não dávamos medo. Que lindo foi descobrir isso, e quanto
brilho mais foi acrescentado àquele que foi um lindo momento. Queria voltar lá
como Carla e dar-lhe um abraço e agradecer por ter me deixado fazê-la um pouco
mais feliz e tirar-lhe um pouco de medo. Foi lindo, absolutamente lindo.
O que aconteceu me vem como uma bela metáfora para o que venho vivendo ultimamente e para o que muitos vivem. Algo aparece em nossa vida, algo que nos dá muito medo, e geralmente tendemos a fugir daquilo, evitar pensar, evitar encarar. Geralmente ficamos de um lado e aquela coisa do outro, evitamos, assim, possíveis sofrimentos (e também uma possível resolução). Ontem eu estava do outro lado, ontem eu fui o objeto do medo, ainda que tentasse levar apenas um pouco de conforto e amor. Ontem alguém sentiu medo de mim, mesmo que eu não soubesse disso. Ontem essa mesma pessoa me jogou um buquê de rosas, riu e se deliciou com algumas coisas sem sentido que eu falei. E eu queria ter a coragem dessa mulher.
P.S. 1: O P.S. das desculpas:
1.1.
Desculpa por não falar de todo o restante da atuação, mas isso não sai da minha
cabeça;
1.2.
Desculpa Andreza se falhei em algum momento de nossa primeira atuação juntas.
Obrigada pela oportunidade de ver Teka desabrochando e criando lindas
lembranças na memória daqueles que tem a oportunidade de conhecê-la.
1.3.
Desculpa todos os companheiros que atuaram comigo desde antes disso e não viram
notícias de um diário de bordo. Desculpas mesmo. Não estava em condições de
escrever, não me sentia bem para isso. Isso não tira a importância das atuações
para mim: todas elas foram como uma estrela em meio à uma noite bem escura. Farei
de tudo para que isso não se repita.
P.S. 2: Tathy saiu das atuações da terça feira e é incrível
como já sinto a falta de Rosinha das Alturas. O jeito meio desengonçado, o sorriso
espontâneo, os encontros, o cuidado... Saudade.
Carla Araújo, melhor conhecida como Mariqueta Boabunda.
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