domingo, 1 de junho de 2014

HUT- 23 de maio.

Diário, diário.
Isso de ter prazo pras coisas ainda vai me deixar doida por completo, qualquer dia desses aí.
Socorro, tem quase duas semanas que atuei, mais uma vez, com as melhores companhias do mundo e ainda nao postei o relato! Mas nao esqueci daquela noite. Tentarei deixar aqui, em poucas palavras, o que ela foi:

1- Expectativas sao péssimas e forçar a barra nao ajuda em coisa alguma. Isso parece bem óbvio, em tese. Mas o garotinho de um dos quartos o evidenciou a nós e às pessoas à sua volta. Ele estava introspectivo, o que é esperado de uma criança de braço quebrado num ambiente ao qual nao está habituada; e a nossa presença nao lhe abalou, em nenhum sentido. Acho que ele precisava mesmo daquele tempo quieto, embora acompanhantes quisessem que interagíssemos com ele.
2- O quarto da dança. MEU DEUS. O rapaz que nos acompanhou (fofura demais) o tempo inteiro (quase atuou conosco), acabou dançando o lepo-lepo no meio do quarto. E Ines teve de sair da sua zona de conforto, quando um cabra, vulgo DJ do quarto, colocou-a numa sinuca de bico- lá vai todo mundo fazer coreografia! Foi lepo-lepo até nao poder mais e, ainda por cima, pagode, que Sancho nao deixa nada passar, rs.
3- Bicho. Bicho! O sr. do acidente de caminhao!! Que foi aquilo? Entramos, serelepes, caçando jogo e eis que, de repente, ele revela sua alma de humorista e nós nos desarmamos... "Desabafei, num gostei nao!". Que sensaçao gostosa a daquela enfermaria... o sr. estava sozinho, numa cama nada aconchegante, com a perna paralisada e, contrariando tudo o que poderíamos pensar, nos devolve, nao na mesma moeda, mas em uma mais valorizada. A sua espontaneidade e disponibilidade pra conversar, a soltura, tudo! Tudo foi boa energia ali dentro! Eu olhava pra @s companheir@s e os olhos da gente se encontravam furtivamente de vez em quando, no meio de uma gargalhada de quem estava entregue às graças daquele que sorria da vida. Cantamos. Fizemos cover de Sérgio Reis. E, desafiada, Ines deu uma palhinha tímida de xaxado. :))
4- Dona M. Ela nao fala, só sorri, serena. Velhiiiinha...! Acompanhava a gente em todos os quartos/ enfermarias.

Minha gratidao ao Universo, por ter sentido e revivido, com a escrita, tudo isso.

Dan

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