terça-feira, 3 de junho de 2014

02/06/14 - Rosinha dos Retalhos - Maternidade

Preciso escrever relatório, preciso ler artigo, preciso estudar porem, antes de tudo preciso escrever no meu diário. Mas diferente dessas necessidades por exigências o meu diário hoje eu escrevo por necessidade minha mesmo, necessidade de tentar descrever o que vivi hoje...

Não paro pra escrever meu diário porque atuei hoje ou porque já estou com um diário atrasado (falo disso mais na frente), mas porque o dia de hoje merece ser transcrito.

Bem, hoje, segunda-feira 7:00 da manhã meu celular desperta, logo bate aquela preguiça dizendo que o dia não merece ser vivido nas segundas-feiras, adio o alarme para 7:15. Quinze minutos para lembrar que marquei um compromisso com minhas melhores companheiras do mundo e não posso deixar o jogo cair, então levanto e vou tomar banho.

8:30 na maternidade, um lugar que para mim ainda é tão estranho, cheio de mulheres grávidas e crianças chorando, não sei lidar com grávidas nem com crianças, mas como a UPI tem me ensinado muitas coisas acredito que lidar com grávidas e crianças chorando também seja aprendizado.

Atuei com minha melhor companheira do mundo, Jurema das Pamonhas, nossa primeira atuação em dupla e pude perceber que temos jogos diferentes, mas também foi nítido como contornamos isso, uma segurando o jogo da outra.


Batizamos a Ana Jessica, que até então não tinha nome, ajudamos a escolher o segundo nome do Daniel, que não gostou de ter dois nomes e preferiu o apelido de Dan, cantamos parabéns para o que tinha acabado de nascer, fizemos jogos com nomes e acabamos fazendo uma roda no meio do corredor com pessoas que estavam comprando os jogos; demos uma volta (360°) no carro (cadeira de rodas). Entre outros jogos, com soro e super poderes.

Tudo normal, atuação, crianças chorando, grávidas e eu aprendendo a lidar com a vida. Mas o dia hoje só foi completo após a reunião. Há quinze dias atrás sai da atuação péssima, tudo muito estranho pra mim, não saberia nem dizer o que senti naquele dia (por isso não escrevi diário, pode parecer desculpa mequetrefe mas não é), parecia que estava prevendo o que aconteceria na reunião à noite.

Ahhhh mas hoje... Hoje nem que eu tivesse uma bola de cristal eu adivinharia o que aconteceria na reunião, foi incrível, mas quero escrever aqui sobre um momento muito muito muito especial, o presente que recebi hoje: receber aquela massagem pelos melhores companheiros do mundo não tem igual.

Eu que sempre gostei tanto de cuidar dos outros, e muitas vezes acabei me fazendo forte para exercer esse cuidado, mesmo quando minha jarra não estava lá essas coisas, hoje me desmoronei, mostrei o meu lado mais fraco e que precisa tanto de cuidado, hoje me permitir ser cuidada.

E pode acreditar não existe sensação melhor do que “ser cuidado para cuidar do outro.” Esse foi meu núcleo do dia, isso foi algo que a UPI também me ensinou.



Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não para

Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso, faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara

Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência

O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência

Será que é tempo
Que lhe falta pra perceber?

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