sexta-feira, 6 de junho de 2014

Magali Malagueta - Atuação Hospital Dom Malan - 04/06/14

    Olá, querido diário! Sempre bom estar de volta e poder expressar as minhas sensações e percepções experienciadas através dos meus olhos e dos da Magali. Na verdade é difícil dizer onde nossos olhares se juntam ou se separam, eles sempre se misturam, afinal a Magali é uma parte de mim, uma parte que tem se tornado a cada dia menos dissociável. Bem, mais uma quarta-feira chega e com ela vem sempre juntos o frio na barriga e a expectativa pela nova atuação. 
     Cada atuação é uma nova aventura cheia de singularidades, são pessoas diferentes, jogos diferentes, energias diferentes, e a beleza está em construir diferentes caminhos a cada novo encontro, se permitir sentir diferentes sensações, mudar a velocidade do andar pra não perder olhares e, se preciso, voltar alguns passos pra convidar o outro a vir junto. Sensibilidade! Essa é pra mim a palavra que se mostrado como essencial tanto pras atuações como para a vida. 
    Começamos a nossa jornada em direção à ala infantil, de cara nos deparamos com um rapaz que, segundo nos disseram, estava distribuindo brilho pelos corredores com uma máquina bem estranha e uma moça que arrastava um carro preto que tinha um monte de "trubunco" dentro. O que é trubunco? Também não sei, fomos atrás de alguém soubesse. Os jogos foram surgindo a cada novo quarto, a cada nova criança ou acompanhante. Encontramos com o pequeno senhor Dois que tinha medo da fumacinha, mas adorava brincar e só falava em festa, e claro fomos convidados a ir com ele; batizamos a sorridente boneca Flores e seu amigo palhaço Arco-íris e os deixamos cuidando da sua linda dona de olhos cor esmeralda ainda molhados de tanto chorar; encontramos uma mocinha bem entendida de tudo que se passava por lá, que nos acompanhou durante um bom tempo nos deixando a par de tudo; dançamos, fugimos do escuro, fugimos de uma senhora que queria nos espetar com uns objetos pontiagudos nada atraentes,  fomos estátuas, arrancamos sorrisos e quando vimos o corredor já estava cheio de pessoas com olhos curiosos e sorrisos tímidos ou espontâneos, algumas querendo um pouco de atenção, outras nos oferecendo um pouco da sua. Em alguns momentos me vi sem saber o que fazer também. Enfim, foi uma atuação agitada. 
    O meu núcleo do dia poderia com certeza ser sensibilidade, pois depois de descer a mascara pude me dar conta do quanto isso foi essencial no decorrer da atuação pra dar conta do que se mostrou pra nós. Muitas vezes nos voltamos tanto pro jogo que esquecemos de sentir as pessoas, sinto que deixei um pouco a desejar nesse aspecto em relação aos meus melhores companheiros. A lição que fica é da importância de realmente olhar pro lado, sentir o outro, sentir o momento pra poder dançarmos numa mesma sintonia. A outra lição é de que é preciso estar disposto, sim, é preciso dizer sim e estar ali por inteiro. É preciso querer, é preciso amar, é preciso abraçar não só pessoas, mas corações. É preciso pulsar e seguir se reinventando a cada dia, reconstruindo os caminhos e os sentidos. Segue um trecho de uma música que veio a minha mente enquanto escrevia: 


Se é uma parte quebrada, reponha-a
Se é um braço quebrado, então engesse-o
Se é um coração quebrado partido, então conserte-o

E se segure
Saiba seu nome
E siga seu próprio caminho
Se segure
Saiba seu nome
E siga seu próprio caminho

E tudo ficará bem
Tudo vai ficar bem

Aguente firme
A ajuda está a caminho
Permaneça forte
Eu estou fazendo de tudo. 

Um beijo. =) 





  

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