terça-feira, 3 de junho de 2014

Diário de bordo-31/05

Diário de bordo, 31/05/2014
Começo o meu diário de bordo selecionando algumas palavras que me marcaram nesta atuação: 1ª saudade, 2ª gratidão, 2ª Artur e 3ª evolução. Tentarei explicar cada uma delas ao menos justifica-las.
Esta atuação poderia ter sido um fiasco, cada um com seus monstrinhos interiores incomodando, falo por mim: Esta semana tive que lidar com a despedida, um adeus definitivo, a morte de um ente muito querido e minha energia estava a mais baixa possível, nem queria atuar, mas preferi sair de casa e não decepcionar meus companheiros.
Tudo até então parecia bem normal, eu e Brenda (Vivi Manteiguinha) esperando por Artur. Quando ele apareceu não estava só e sim com a Taty (Florzinha das Alturas ), Brenda logo ficou incrivelmente feliz, já havia pressentido que Taty iria atuar conosco.
Durante todas as vezes as quais eu atuei, sempre nos arrumávamos no mesmo lugar, desta vez foi diferente fomos parar em outro canto, que não tinha uma lâmpada funcionando, mas em compensação montamos os nossos clowns sob a luz do pôr do sol. Taty, até então, disse que ficaria como observadora.
E assim começava o nosso fim de tarde, eu, vivi e Zeca. Entramos no primeiro quarto: uma senhora de 92 anos disse que nos viu na Tv, o Daniel (que a princípio, parecia bastante entediado) nos conto que havia se machucado brincando de polícia e ladrão, e uma senhora extremamente tagarela, o problema (ou a solução) é que só queria falar em libras, ainda bem que Zeca conseguiu traduzir tudinho o que ela havia dito, Ufa!
Tentarei lembrar todos que vimos naquela noite, mas memória não é minha característica mais notável, sei que entramos num quarto de um moço que estava com a mãe (uma senhora que lavava roupa muito bem, Zeca e Vivi ainda tentaram tirar proveito da coitada e pedir para ela lavar umas roupas deles...), no mesmo quarto um senhor elogiou nosso trabalho e falou de Deus (momento complicado de manter o jogo, afinal não sabemos o que falar sobre o tema). Ponto alto da noite: Rosinha das Alturas surge com todo seu charme cor de rosa e uma delicadeza incrível, ela tem todo um carinho uma meiguice que contagia a gente! E foi só ela aparecer para fazer surgir um show de Ivete, e lógico que todos nós fomos atrás ... Era no quarto do Sérgio, e sabe lá Deus como, todos nós estávamos dançando, éramos dançarinos de ivete (?!). Foi ai que Zeca montou uma coreografia repleta de acrobacias e lá fui eu ser a parceira dele, no momento poderia ter ficado com medo ou constrangida, mas de verdade eu não fiquei eu confiava nele, e uma certeza que aquilo me faria tão bem. Todo o peso de uma semana tinha sido esquecido durante aquele momento, pude ser leve como uma pena (ainda bem, porque imagina o pobre do Zeca carregando a minha massa + o peso de uma semana todinha?). Tínhamos plateia o Daniel (o garotinho entediado), estava lá na porta sorrindo e com os olhinhos num brilho que só vendo.
Encerrar aquela atuação foi algo difícil porque foi intenso e verdadeiro demais, foram exatamente 2 hrs e 30’ de atuação e ninguém sentiu, ou ficou preocupado com o tempo, apenas viveu tudo aquilo. Ao entrar no quarto escuro, abaixamos nossos narizes, sentamos no chão, cantamos “Durma medo meu” e senti no cantar de cada um ali: Artur, Brenda e Taty que havia algo de diferente, Taty começou a falar (quis rouba-la para os dias da minha atuação, que garota massa!) com uma voz embargada e eu confusa sem saber o porquê, Brenda também falou com aquele tom de voz cuidadoso, eu falei (sem saber o que haveria por vim) agradeci a todos, eles estavam me fazendo um bem tão grande e minha voz ficou pesada por falar da minha tia, pela minha despedida definitiva pela saudade que eu sentia dela e de como eles foram incríveis naquela noite, compartilharam o jogo comigo e me ajudam a lapidar Cassandra. E destacar Artur que havia sido incrível comigo, e tinha só agradecer. Por fim Artur com voz de choro fala que precisa se afastar da UPI por motivos de respeitar seus limites, aquilo me deu um gelo na barriga, de verdade, eu deveria pensar: “é para o bem dele, preciso respeitar”, mas eu gostaria que ele ficasse, gostaria de aprender mais com ele e viver mais dias como aquele. Mas de verdade, espero que aquele sábado não represente um momento de despedida e sim um até breve .
Sei que Cassandra está em processo de evolução, mas espero passar uma confiança (aquela confiança que Camila e Artur nos passavam) para Brenda (vivi) e se este objetivo for firmado... já estarei com uma jarra um pouco mais cheia !




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