Foi numa dessas
descidas, no 1ª andar, que conhecemos um três irmãos gêmeos. Como não
notar que eram irmãos gêmeos, tão parecidos com aqueles braços cruzados no
corredor. Um com os outros mais claros, outros com olhos mais ou menos e outros
com os olhos bem escuros. Detectamos até a ordem de saída dos meninos na hora
do parto.
No leito 108 estava tudo
diferente, onde estavam elas, daquelas flores da semana passada? Como tudo era desconhecido de novo, fomos devagar
para não assustar, aos poucos, descobrimos novas histórias que ficariam
escritas no livro do Leito 108.
Resolvemos,
entre tantas visitas, cantar uma música e, para aquele homem da tatuagem... Ele
pediu Desejo e Menina, e delicadamente cantamos a que ele queria ouvir. DIGA
SIM PRA MIM, com seguindo voz e tudo! A
alegria estampava nossos rostos e olhos, que também sorriam.
O
acontecimento virou notícia no setor... Era comum fazermos bailes, mas daquele
dia, acho que foi os gêmeos que não deixam de nos acompanhar.
Horas depois,
descermos alguns degraus, encontramos O Homem Sem Novo numa outra cama, um
homem em posição bem diferente. E toda aquela música não fazia faz sentido. A
dor brotava dos seus olhos cansados. E meus ouvidos entraram em ação. Ouvi-lo
trouxe calmaria para o baile. As palavras de incentivo e compaixão trouxe
sentido para aquele momento tão cheio de porquês!
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