Querido A,
Nesse sábado fiz minha primeira
atuação sem os velhinhos, nervosa, mas fiz. Atuei com a Sara que, aliás, me
acompanhou durante todo o caminho. Para diminuir o nervosismo ficamos o tempo
todo falando a respeito das nossas antigas atuações, e como que por um
pressentimento, começamos a pensar como reagiríamos caso nos deparássemos com uma
situação muito emocionante. Na duvida, ela disse, a gente só abraça.
Sabe aquelas peças que só o destino sabe
nos pregar? Caímos em uma delas. Nos primeiros 5 minutos de atuação ouvir de
uma avó desolada que ela estava ali parada, esperando o corpo da sua netinha.
Naquele momento eu não conseguia pensar , muito menos respirar. O que eu
deveria dizer para aquela mulher na minha frente, que fosse suficiente para
minimizar a sua dor?
" Quando um indivíduo consegue sentir a dor ou o sofrimento do outro ao se colocar no seu lugar, desperta a vontade de ajudar "
Enquanto estava
sendo consumida por essa duvida, escutei a Sara oferecendo o seu abraço para a
avó e quando vi o seu sincero olhar de agradecimento eu conseguir entender. O
que devemos fazer é muito mais simples do que qualquer palavra basta nos
fazermos presente, ter empatia.
Com amor, Angela.
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