A manhã foi
morna. É como se as pessoas quisessem dormir um pouco mais para “diminuir o
dia”. Muitos não compraram os jogos. Amarguei várias vezes, algumas sozinha,
outras com minhas companheiras. Em um dos quartos começamos a conversar com uma
das meninas, que por indicação da mãe, tinha muito futuro na carreira musical.
Começamos a interagir e, enquanto uma das profissionais do hospital realizava
algum tipo de procedimento, fui com Nina conversar com a plateia (a menina no
leito ao lado). A acompanhante estava fazendo massagem na menina e esta
reclamava de dor e enjoo. Chamamos a profissional que estava perto do outro
leito e esta pediu a acompanhante da menina uma fralda, já prevendo a
“tragédia”. Tarde demais: a menina vomitou em tudo (descobri depois que ela era
vítima de um acidente automobilístico e que tinha ficado paraplégica e naquele
momento, ainda não tinha feito à cirurgia, portanto, não podia movimentar a
coluna). Ficou muuuuuito constrangida, pedindo desculpas por “não ter segurado
por mais tempo”. Olhei arrasada para Nina. Não sabíamos o que fazer. Falamos
qualquer coisa sobre voltar depois com “o pretexto” de procurar um lençol (já
que a menina tinha sujado e hospital não disponibilizava de outro, naquele
momento, para substituir).
Foi nessa
busca que encontramos o menino que andava empurrando um poste. O
Uuuuuuuuuuuuuuuuânderson foi logo oferecendo o lençol da cama dele (mas
sabíamos da questão de infecção hospitalar e agradecemos o belo gesto).
Soubemos pela mãe dele que Uuuuuuuuuuuuuuuuânderson estava com preguiça de
fazer os exercícios de fisioterapia. Foi quando chamamos todos do quarto que
tinham condições de ficar de pé e começamos os exercícios da fisioterapeuta.
Uuuuuuuuuuuuuuuuânderson fazia e eu, Nina, Rosinha e todos os outros
repetíamos. Quando terminamos, indicamos que todos teriam que ajudar
Uuuuuuuuuuuuuuuuânderson nos exercícios no outro dia pela manhã. Foi ótimo.
Partimos
para o outro quarto. Encontramos o rapaz que tinha levado uma facada porque era
casado, estava bêbado, paquerou uma mulher que achou de ser a “menina dos
olhos” de um cara ciumento que por sinal, nunca vi na vida... Entre idas e
vinda para “descobrir” a história, Nina encontra um convite para se instalar em
um dos quartos do hotel, mas prefere voltar para casa. Eu e Rosinha voltamos
com ela.
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