sexta-feira, 8 de junho de 2012

Lisbela Duracell, 14-11-2011

Lisbela, Miojita, Zeca Manivela, Mametuba, Oião e grande elenco

A noite começou uma delícia. A grande questão foi organizar tanta gente dessa equipe, cineastras, amadores e clowns, de forma que os jogos pudessem acontecer de forma organizada. Confesso que já estava 100% antes mesmo de entrar no hospital. Nesse momento acabei machucando Lis, coisa que me fez muito triste. Subimos feito sardinhas na lata dentro do elevador, ansiosíssimos. Uns foram avisar nossa chegada à equipe, outros cuidar das roupas e maquiagens, e outros, pedir autorização do pessoal nos quartos para as filmagens. Pouco a pouco as questões iam sendo resolvidas. Dividimo-nos: eu e Mametuba para a esquerda e Zeca, Miojita e Chiquita para a direita.  Primeiro entramos no quarto das sete mulheres (umas senhorinhas lindas), procurando saber se já tinham visto a lua naquele dia. Mas, infelizmente, há uma proteção que impede ver o céu pela janela.  Que tristeza a minha. Olhei para o teto e vi quatro lâmpadas apagadas e num instante me virei para acender as luas.

Depois conheci a primeira senhorinha: cabelos brancos e verbalizando bem baixinho. Comecei com um jogo de salão de beleza e aos poucos envolvendo as outras do quarto.

Estava nervosa por causa da câmera e porque o jogo estava meio “morno”: eu e Mametuba conhecendo o pessoal e captando os estímulos. Queria que todos se conhecessem. E, aos poucos, fui começando um jogo de apresentações, beijos e abraços. Daí veio o meu amargar quando vi as filmagens e escutei os comentários dos meninos: eu fui o agente de um milhão de infecções cruzadas. O jogo que pensei ter sido brilhante, porque foi comprado por todos no quarto, me quebrou. Como fiquei arrasada... Nosssinhora...

Desse quarto, com o argumento de procurar um casamento para uma das acompanhantes, passamos para outro. Conheci “o Patão” e a “Patinha”, o cara que adora viajar (UTI para clínica médica e clínica médica para UTI), um outro que já estava a 70 dias no hospital e movimentava apenas os olhos e por último, o simpático conquistador tatuado.

É encantadora nossa capacidade de fazer “mágicas”. Fico emocionada com os mares que movimentamos com pequenos sopros. Quem imaginaria se comunicar com alguém só com os olhos?? NÓS. Nada tão simples e possível quanto isso.

O simpático também não ficou para trás. Eu e Mametuba conseguimos algumas aulas de “como conquistar em poucas lições” para nosso companheiro Zeca. Na intenção de procurar por Zeca saímos do quarto e logo em seguida entramos em outro. Não encontramos Zeca, mas naquele quarto, percebemos que ninguém tinha feito a carta para Papai Noel e começamos a escrever, porque tínhamos um canal direto de comunicação com o tal “velhinho”.  “Caminhando e antando e seguindo a canção” chegamos a uma senhorinha que já não escutava muito bem. A filha pediu que o Papai Noel desse uma boneca para a mãe e esta, entre lágrimas e desespero, para ficar boa logo como se precisasse que mais alguém acreditasse naquilo. Tive nesse episódio ajuda de minha querida Miojita. Com esta situação é fácil perceber que “não somos a anestesia do hospital” e que não precisamos fazer rir o tempo todo. ”Quando é sério, podemos também tratar com seriedade”.

Já estava dando a hora de ir, mas, antes de chegar ao quarto, minha companheira lembrou-se do curso oferecido pelo senhor simpático e, ao encontrar Zeca pelo caminho, voltamos ao quarto e continuamos os jogos. Mametuba comprou muito o jogo. Com relação a isso, fiquei meio preocupada no início da atuação pela postura de Mame. O fato de ela estar experimentando outros comportamentos e vozes fez com que eu me sentisse muito responsável pela recepção dos estímulos e lançamento dos jogos. Uma boa experiência, mas sinto que tenho que me preparar melhor.

Bom, depois voltamos ao quarto onde o grupo já estava reunido e “durma medo meu”. 

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