sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Edilete Empreguete, 2º Andar do HU, 17/12/2022

O encontro de hoje me levou a pensar tantas coisas, é belo perceber a potência que um sorriso possui. Não por anular qualquer angústia, mas por direcionar o sujeito para algo mais, talvez suas lembranças mais doces, talvez algum comentário divertido, talvez só para o olhar do outro… seja o que for, é belo. Enquanto adentrava nos quartos e me abria para ouvir o outro, foi imediato pensar na dor. Afinal, como encarar esse sentimento tão cru e difícil? Quais mecanismos podemos usar (e usamos) para abrandar essa ferida aberta? O quanto ela deve arder para ultrapassar o espaço mais íntimo do seu coração e mente para chegar ao outro. Talvez intensidade seja, de fato, a questão, talvez o ponto seja o nível de importância atribuído, talvez a dor seja insuportável por si só e compartilhar suavize... possibilidades não faltam. Aqui, especialmente hoje, percebi que o que sobressai não é o medo por si, é o medo pelo outro, talvez sua mãe, talvez seu pai ou talvez, e muitas vezes aconteceu, de ser um irmão. Aquela ligação tão inquebrável, contínua e bela. E foi um desses irmãos que cativou o meu olhar, pois, para ele, a vida é repleta de "testes" que estimulam o sujeito a crescer. De certo modo considero bonito pensar que as dores possuem algum propósito, mas é inegável o quanto dói viver essas angústias. Entretanto, o que mais me cativou foi perceber o amor entrelaçado entre esses irmãos, isso me arrancou um belo sorriso. Durante nosso diálogo percebi que a angústia provocada pela dor e o temor pelo irmão não abandonou o ambiente, mas havia tanto afeto e tanta convicção de um dia melhor em suas falas que o olhar de ambos foi direcionado para algo mais. 

Hoje foi dia de afeto e de reflexão, então, para combinar, finalizo com meu núcleo do dia: instantes, instantes transformadores. 


Um xêro da sua empreguete 😚





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