Somos ensinados a não confiar nas nossas emoções. O tempo
inteiro as pessoas nos dizem para sermos frios e evitarmos qualquer tipo de
conexão mais profunda com alguém. O motivo disso? Prevenir a dor de um coração
partido. Corações se partem muito facilmente e pessoas também. (Acho que já até
falei disso em outros posts...)
Por um tempo eu até acreditei que isso fazia sentido. Mas viver
uma vida presa em um castelo de marfim, isolando-me de todos não faz mais sentido
para mim. E esse pensamento foi o pano
de fundo para a atuação dessa semana. Fomos para a Oncologia. Coração
martelando no peito. Foi a primeira vez
que estive nesse setor do hospital. Eu não sabia o que poderia acontecer. Mas o
pensamento que citei no início do post ecoava em minha cabeça como um mantra e
isso me tornou mais disponível para entrar nos jogos. Decidi que eu entraria
(mesmo que por pouco tempo) naquele mundinho ao meu redor.
Quando você pensa na área oncológica de um hospital (ainda
mais quando se trata de pediatria) dificilmente você irá imaginar algo além de
tristeza. Mas se você prestar atenção, também vai ver que vida e alegria
brilham no olhar de inocência de menininhos como o Bernardo. Na simpatia do Sandre. Em um riso arrancado
ali ou acolá...
Ah, sim! Quase me esqueço! Tivemos uma missão especial: Arranjar um
brigadeiro um tanto quanto peculiar para o Paulo. Que, aliás, disse que quando
crescer quer ser médico do mal e quase me deu uma injeção. (eu saí correndo,
claro!) Acho que ele anda assistindo muitos filmes malucos...
Conhecemos a artista
Bia, a chef Lucinha, e o seu netinho. (Que não estava muito pra papo nesse dia
e deu cada patada no nosso querido Gepeto Melancia...) Essa foi a atuação que
mais fizemos amizades! E enquanto conversávamos com a Lucinha, descobrimos que
um bebezinho ali tinha não só um, mas cinco brigadeiros peculiares. Fomos logo
contar isso pra o Paulo. E sabe o que ele fez? Mostrou o dedo do meio pra gente. Sério. O Gepeto
não viu, mas eu e a Nana Cancan ficamos chocadas! O que rendeu umas gargalhadas
maravilhosas. Sério, gente... Rimos muito. Saímos do hospital nos sentindo bem
mais leves e felizes do que quando entramos. É por isso que eu digo: A palhaçoterapia já
faz parte de mim. E mesmo que às vezes doa me expor da forma mais vulnerável possível
(porque se autoconhecer machuca) eu sei que isso me faz um bem danado e eu vou
levar essas experiências comigo enquanto eu viver. E claro, mais uma lição: Os dias ruins servem para que quando um dia lindo como esse vier, a gente consiga apreciá-lo ao máximo.
PS: Sentimos falta da Julie Tule
PSS: Fiquei tão feliz com essa última atuação, que me
inspirei e até fiz uma aquarelinha do nosso grupo.
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