Hoje o cansaço da faculdade pareceu crescer exageradamente antes da atuação, fiquei preocupada se
aquele sentimento de alguma forma me impediria de subir a energia necessária e
até me questionei se devia ou não atuar. Mas esperei por minha companheira..
Conversamos, nos trocamos, ouvimos
nossa música, a energia boa veio e eu pude me sentir mais calma, pronta e
preparada daquele modo despreparado que ficamos ao iniciar cada atuação. Mais
uma vez a Elijeans dentro de mim apagou todos os problemas que meu outro eu
cria, inventa e persegue.
A atuação seguiu com Elijean e Cacau
procurando quartos com pessoas acordadas ou dispostas a dividirem suas
histórias com a gente.. Conhecemos um senhor que falava bastante e contava de
sua vida em Testa Branca e sua filha que parecia com a Cacau. Rimos muito com
as histórias de duas irmãs divertidas e muito companheiras que nos ensinaram a
como disfarçar um pum perto das pessoas.
Mas foi o último quarto, a última
senhora que dividiu sua história, seu abraço, seu olhar e suas lágrimas com a
gente que me tocou. Me acordou e me indignou. A senhora acompanhava seu
cunhado. Sozinha ela cuidava de alguém que outros já tinham desistido. Sozinha
elas nos chamou para mostrar que ele precisava ser trocado e ninguém apareceu
depois dela avisar três vezes. Sozinha ela nos olhou, chorou e aceitou nosso
abraço. Naquele momento, a fragilidade daquelas duas pessoas tocou eu e Cacau
de uma maneira que mesmo depois da atuação não conseguíamos esquecer. E nem deveríamos.
Naquele momento me senti impotente em tanto sentidos, mas ao mesmo tempo não
queria deixar aquela senhora. Lembramos para ela da importância da sua luta e
como seu gesto era mais bonito do que podíamos expressar. Nessa noite, aquela
senhora e seu cunhado marcaram meu dia, minha atuação e com certeza a
profissional que quero ser um dia. Marcaram de uma forma que é muito difícil
explicar.
Até
logo!
Elijeans
Kibon
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