"Você trata a doença, você ganha, você perde. Você trata uma pessoa, garanto a você, você ganhará, não importa o que se suceda." Com essa frase do personagem Hunter Patch Adams, começo esse diário.
Tratar uma pessoa. Com sorriso. Com conforto. Com presença. Com atenção. Deixar que a pessoa desconte seu tédio em você. Deixar com que o palhaço, eu, seja objeto direto de gozação.
E foi assim que ocorreu. Marmiteiro e Rosinha abarcaram um relativo pequeno número de pacientes. Creio que 20, no máximo. Mas tenho certeza de que esses clowns mudaram o dia daqueles que puderam nos encontrar.
O que mais me marcou foi um paciente, amputado, vítima de trauma, escoriado, que soltava gritos ao corredor. Gritos assustadores. Lá chegando, notamos que os gritos eram brincadeira. Não brincadeira de mal gosto; brincadeira de bom gosto. Aqueles gritos que você faz para rir. E ele estava amputado, vítima de trauma, escoriado. Eu e você, muitas vezes, mesmo não estando amputado, vítima de trauma, escoriado, deixamos com que a retidão da vida tire o nosso espírito brincalhão.
Não vale a pena perdê-lo.
Oremos.
Joaquim Marmiteiro
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