quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Bartolomeu Barbudo – Atuação HUT 31/11/2014



Desta vez, o primeiro quarto do hospital começou com uma celebração. Bartolomeu, Lindonildo e Mariqueta começaram grande: encontraram um padre que não sabia rezar, e mesmo assim celebrou o casamento de Bartolomeu e Lindonildo. Fomos declarados marido e marido. Mariqueta acompanhou Bartolomeu pela até me entregar para Lindonildo, e ela mesma, com suas mãos, fez a aliança. E saímos os três pelo hospital como uma corrente. Eu gostei desse jogo, fazer dois palhaços casarem pra mim é uma forma de fazer um discurso dentro do jogo que amor homossexual é tão amor quanto qualquer outro. Que o que importa é ser feliz. E só vi um paciente que talvez não tenha gostado muito da idéia, mas pode ser que ele só quisesse ficar só no seu cantinho, e não se importasse com a idéia do casamento gay.
Eu gosto de aproveitar meu palhaço para fazer discursos importantes. Numa atuação há alguns meses atrás, lembro de um acompanhante que falava que mulher não tinha vocação pra dirigir, que só fazia besteira no volante, e eu tive que dizer que as mulheres eram as mais responsáveis no trânsito, que eram tão capazes como todo mundo. Ser clown também tem essa face. Bartolomeu não é separado do Eduardo, e nós dois somos feministas.
Mariqueta me encanta com sua delicadeza. Conseguiu cativar um quarto cheio de pacientes e acompanhantes em torno da oração do Credo católico. Ela consegue envolver pessoar com seu carisma e contato.
Encontramos várias outras pessoas incríveis pelo caminho: Lindonildo de vez em quando chamava as pessoas para a Lindolândia, encontramos um senhor argentino/brasileiro de quem gostei bastante, que tava curtindo um AC/DC no HUT.
Trouxe muita coisa boa. Minha companheira e companheiro sempre melhoram minha noite. As pacientes, acompanhantes e profissionais, são a razão da minha sexta à noite. UPI.

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